terça-feira, 5 de março de 2013

Pragmatismo!


ANTONIO COSTA abriu a boca

Comentadores e analistas políticos não têm a coragem de dizer o que disse António Costa, em menos de 3 minutos no programa "quadratura do círculo".

RELEMBRAR

E aqui está textualmente o que ele disse (transcrito manualmente):

(...) A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir.

E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável.

Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer? podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!

A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.

Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção. Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as vigarices de Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.

Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades. Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há que renegociar as parcerias público--privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos.

Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia."

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A minha play list

O que aconteceria se alguém me pedisse para elaborar uma play list? Seria certamente uma tarefa dificílima... Já lá vão os tempos em que devorava álbuns, correndo às discotecas para ouvir as novidades, primeiro em Coimbra, a seguir em Aveiro e depois em Lisboa - (Almedina (Coimbra), Oxigénio (Aveiro), Fnac (Lisboa)- sem esquecer as idas ao Porto, com os amigos Sampaio e Óscar, para percorrer a Vandoma à procura de vinis a bom preço.
 
Este era o tempo do vinil, depois seguiu-se o tempo do CD e, por último, a música deixou de ser a mesma coisa... Hoje, tudo se tenta refazer mas nada se faz como antes (o que foi não volta a ser, por muito que se queira) – neste sentido, recomendo vivamente a leitura de um artigo, do último domingo, do inconformado Miguel Esteves Cardoso - Público.
Uma noite destas em casa do Rui Salazar, em conversa com o Óscar, partilhamos momentos de especial saudade e robusteci a ideia de que a música é, sem dúvida, um dos maiores prazeres que a vida me tem dado. Sem ligar tanto ao que é novidade, nesta panóplia sonora que temos nos nossos dias, e sem sair de casa.

É certo que hoje saborear novidades não é mesma coisa, basta um click e tudo nos aparece, já não é necessário esperar pela próxima edição do Blitz ou estar até às tantas da manhã para ouvir a hora do lobo do António Sérgio ou a aguardar pelos conselhos do Álvaro Costa e porque não esperar que a Xana e o Zé Pedro (Vira o Video? - RTP) nos apresentassem novos projectos e novas bandas, uma época em que o Grunge (Som de Seattle) ganhava forma e a flanela era doce como algodão. Era um programa que tinha o seu top 10 de video clips e a apresentação das novas tendências da altura. Foi neste tempo que tomei conhecimento de muitas das bandas que ainda nos dias de hoje fazem parte das minhas preferências sonoras.
Por isso decidi, elaborar uma pequena play list de 25 músicas que, de uma forma ou de outra, marcaram parte da minha adolescência, juventude e o início de vida a(brupta)dulta… esta preferência, tem uma exclusividade de momentos!

A play list tem como inconveniente ser uma lista pouco alternativa (como gosto) e ter muito de pop. Antes que seja tarde, as minhas sinceras desculpas a tantas senhoras que foram omitidas por lapso e, do que seria da música sem o 6º sentido… A tantos e tão bons ou melhores, sorry…
A ordem desta lista é aleatória, sem que as variáveis do tempo, tendências, sejam escrupulosamente respeitadas.

1 - U2 – “the fly”. Para muitos críticos o álbum “Achtung Baby ”, foi o inicio de um novo ciclo da banda Irlandesa, há quem diga que foi o inicio do pop e o fim de uma banda alternativa. No entanto, este foi o segundo álbum (vinil) que comprei com os meus 15 anos, deliciei-me como nunca e aprendi a voar como uma mosca, qualquer música deste álbum teria uma história para contar. Vi-os três vezes ao vivo, mas o 1º concerto deles em Alvalade ficará para sempre…

http://www.youtube.com/watch?v=_82IYrdM2vU

2- James – “born of frustration” .Foi o meu terceiro álbum “Seven”, ouvi vezes sem conta e todas as músicas eram momento de êxtase em qualquer discoteca da altura. Um concerto imperdível, patrocinado pela Rádio Energia em Coimbra, marcaram um dos lados mais popeiros da minha juventude, adorava a performance em palco do vocalista (Tim Booth). Não sei se este tema nasceu de alguma frustração, mas que me fazia dançar como um tolo...fazia!

http://www.youtube.com/watch?v=QxM42rG0a08

3- Jorge Palma – “à espera do fim” do álbum Só. Este álbum foi editado em 1991, mas só em 1993, tive acesso a desfruta-lo. Antes tinha aprendido a gostar de Jorge Palma, através da minha tia Graça, ainda muito miúdo, achei que este gajo era diferente, tão diferente que anos mais tarde me ajudou amadurecer enquanto pessoa. Ouvi este tema em viagens, no quarto, no café, em tantos sítios, até chegamos a cantar em pleno Académico (Carlos Miguel, Marisa e com a Xana) enquanto o resto da malta tinham ido ver John Zorn ao Teatro Gil Vicente. Esta música tem uma carga ideológica que me pôs a pensar! E desde aqui, tudo foi diferente. Jorge Palma, infelizmente, não foi consistente, vi nele um lado fantástico, mas também um lado degradado no álcool. Bons Concertos (Aula Magna, Coliseu, Casino de Lx e outros)- Maus Concertos (Arrais do Académico, Semanas Académicas por este país…). Pelo meio, falei com ele duas vezes e partilhei a minha admiração.

http://www.youtube.com/watch?v=qfo29wSakIU

4- The Cure – “lullaby”. Foi das primeiras músicas que ouvi dos The Cure, ainda no tempo das jukeboxes (salão de Jogos – Maria Helena) e, desde aí, aprendi a gostar de Robert Smith. Este tema é intemporal à semelhança de “friday im in love” que dancei muitas vezes na discoteca States em Coimbra ou no Incógnito em Lisboa.

http://www.youtube.com/watch?v=ijxk-fgcg7c

5- David Bowie – “space oddity”. David Bowie é provavelmente o maior ícone musical (vivo) das últimas décadas. O camaleão do rock, com uma adaptabilidade fácil aos novos tempos, como prova o seu recente álbum (the next day). Destaco este tema, porque sempre que o ouço, parece que é a primeira vez. 

http://www.youtube.com/watch?v=cYMCLz5PQVw

6- Lou Reed – “walk on the wild side”. Este tema faz-me lembrar o tempo em que se dançava na Broadway, de forma colectiva (5 passos para a frente, 5 passos para trás). Será impossível dissociar LouReed aos Velvet Underground, uma referência para a eternidade.

http://www.youtube.com/watch?v=WZ88oTITMoM

7- Iggy Pop – “beside you”. O lado rebelde e um concerto memorável em 1994 (Coimbra). Escolhi este tema porque marca um Verão intensamente forte e cheio de emoções (1994). O seu início de carreira através da sua passagem pelos Stooges, não é o lado que mais aprecio. Candy, passenger, real wild child, lust fo life, entre tantos outros temas ficaram para sempre nas minhas memórias musicais, associado a um dos filmes da minha vida (Trainspotting).

http://www.youtube.com/watch?v=RrpS_H2FZC0

8- Nick Cave and Bad Seeds – “straight to you”. Infelizmente nunca vi ao vivo Nick Cave, duas vezes que tentei ver, mas sem sucesso. Cresci com Nick Cave e foi dos (poucos) ídolos que tive na minha juventude. Por vezes, vestia-me de acordo com o estilo de Nick Cave. 

http://www.youtube.com/watch?v=CYbOHXMtelU

9- Peter Murphy – “cuts you up”. A música deste senhor estará sempre associada à influência da sua passagem pelos Bauhaus. O meu inglês foi sempre muito mau e não esqueço que ouvia este tema sem ter a noção da sua letra, mas como era tão bom, nunca me importei com isso. Há um projecto/banda associada a esta rapaziada que não posso deixar de mencionar (Love and Rockets).

http://www.youtube.com/watch?v=UrfFHzqGBZI

10- Pearl Jam – “jeremy”. A fase pura e dura do grunge. O garruço, o cabelo comprido, as camisas de flanela… eram acessórios necessários para nos identificarmos com uma geração rebelde e o sonho de poder um dia viver em Seattle. “Single”, foi um filme que não esqueço, pois identifica um estilo próprio de vida, de quem queria ser independente e livre de preconceitos. Recordo-me de ir à Almedina e comprar este álbum (Ten) para o Tó Sampaio, escutei-o umas poucas de vezes, antes de o entregar ao seu destinatário. Estávamos no início de uma grande época de novas sonoridades. Uns anos mais tarde presenciei um grande concerto deles no Pavilhão Atlântico. Com todo o respeito aos Nirvana, DinosaurJr., entre outros Pearl Jam são a referência.

http://www.youtube.com/watch?v=MS91knuzoOA

11- Mão Morta – “em directo para a televisão”. A minha banda portuguesa. Uma enorme admiração por Adolfo Luxuria Canibal. Assisti, sempre a bons concertos, até na Mêda. Em directo para a televisão é um tema que me inspira folia e rebeldia.

http://www.youtube.com/watch?v=JZIOOP8lgMA

12- Young Gods – “gasoline man”. Porque na Suiça também se faz boa música. Um país que não vive apenas de contas bancárias… Grande concerto em Coimbra e passadas quase duas décadas no TMGuarda. Gasoline man foi o primeiro tema que conheci deles e desde aí foi sempre uma enorme satisfação.

http://www.youtube.com/watch?v=YxWLVRlGa10

13- Tindersticks– “can we start again”. A consistência de uma banda que me educou musicalmente. Este tema é certamente o tema mais vezes ouvido no meu carro. Grandiosidade destes britânicos de Nottingham. Entre a melancolia e uma beleza impar, este tema serviu para resolver amores e desamores durante longos períodos de instabilidade sentimental. Registo para um grande concerto no TMGuarda em 2010.

http://www.youtube.com/watch?v=WQZQ4WU3As0

14- Marianne Faithfull – “alabama song”. A grande Senhora. Palavras para quê. Interpreta como ninguém. Alabama song, já foi cantado por muita gente, mas ninguém como ela. Ouvir…

http://www.youtube.com/watch?v=9T59ej_TlXE

15- Portishead –“glory box”. Portishead marcam um momento particular difícil da minha vida, conheci através do Dino. Começou por uma sugestão musical que desencadeou momentos de alguma melancolia, mas também de grande introspeção. Este tema marca uma época de luto (morte do meu pai) e que me despertou para conhecer outras bandas de Bristol. Recordo-me como se tornou contagiante ouvir Portishead no JDM café. Toda a malta me pedia emprestado o CD para gravarem.Anos mais tarde estive em Bristol mas as tendências já eram outras…

http://www.youtube.com/watch?v=yF-GvT8Clnk

16- Zeca Afonso – “índios da meia praia”. Para Sempre… Zeca é único, as suas letras, a sua musicalidade, a sua intervenção. Quem não gosta de Zeca, não gosta de música. Uma singularidade da música portuguesa (intervenção) e este, é um dos muitos belos temas da sua vasta discografia. Recordo-me da sua morte e da manifestação de solidariedade que se desencadeou por todo o país. Bons tempos do 1910, Diligências bar em Coimbra, sítios onde se recordava Zeca com muita saudade.

http://www.youtube.com/watch?v=J7ntDFAF1AE

17- Fausto – “navegar navegar”. Por este rio acima é dos discos que mais ouvi e que mais saboreei. Fausto, Pedro Barroso e José Mario Branco são parte do genoma musical que melhor se fez em Portugal. Tive o privilégio de os ouvir e de adorar. Navegar, navegar é das músicas que melhor personificam a história do nosso país.

http://www.youtube.com/watch?v=QbT2sdsRbjw

18- Sérgio Godinho – “namoro”. Belas letras e um belo intérprete. Este tema, não é da sua autoria, mas é sem dúvida uma bela interpretação. As três vezes que assisti Godinho ao vivo foram em espaço aberto, gostava de um dia assistir a um concerto em espaço fechado para saborear a intimidade das suas músicas.

http://www.youtube.com/watch?v=ohtCKeNuiI8

19- Pixies – “where is my mind”. Provavelmente a melhor banda de rock alternativo. Admiro o trabalho a solo de Frank Black, mas Pixies são Pixies (ponto)! Este tema fala por si, tantas vezes que perguntamos: “Onde está a minha mente?”. Um tema que se ouvia frequentemente na Jukebox ou no Incógnito em LX (um lugar de muito bom gosto e de muitas noites que o diga o Dartagnan).

http://www.youtube.com/watch?v=5iC0YXspJRM

20- Violent Femmes – “add it up”. Recordar os melhores verões na Mêda é ouvir Violent Femmes. Ao som deles, apanhei grandes bebedeiras e grandes noitadas. Ambrósios Bar sem Violent Femmes é uma espécie de mar sem ondas.

http://www.youtube.com/watch?v=QHapDS2fcFE

21- The Smiths – “what difference does it make?”.Dissociar Morrissey aos Smiths é tarefa impossível, uma vez que a sua carreira a solo fala por si. Recordo-me dos tempos em que via os seus fãs usarem flores nos bolsos de trás das calças, nunca tive essa tentação mas reconheço que ainda pensei em usar.

http://www.youtube.com/watch?v=Uzp5ocWvzck

22- Múm – “green grassof tunnel”. Múm e Sigur Rós são bandas que personificam que é possível fazer boa música sem que se percebam as letras das próprias músicas. Conheci múm, quando estava por Lisboa, numa altura em que me deram a conhecer muitas sonoridades e bandas de grande talento, mas entre elas, Múm despertou todo o interesse. Este e outros temas relaxantes faziam cortar o stress lisboeta e equilibrar a mente.

http://www.youtube.com/watch?v=oHTFmJk7fH0

23- Joy Division – “love will tear us apart”.  Será que podia viver sem Joy Division? Poder podia, mas certamente que não seria a mesma coisa! Tema obrigatório em sessões que fui requisitado para DJ. O filme “Control” marca uma fase de inconstância e de particular dificuldade da minha vida. Um outro tema marcante é o “atmosphere”, tema que muitas vezes encerrava as sessões do States.

http://www.youtube.com/watch?v=qHYOXyy1ToI

24– Fujiya and Miyagi – “ankle injuries”. Este tema marca um verão complicado, mas de grande mudança (2006).

http://www.youtube.com/watch?v=N5XVeENmLMk

25– Nouvelle Vague – “dance with me”. Será impossível escolher qual o tema que melhor define “como tudo começou, com a Joana…”, mas foi ao som dos Nouvelle Vague que conheci a mulher da minha vida e mãe da minha filha. Desculpem mas este álbum tem muito de pessoal e não posso extravasar o super-ego. 

http://www.youtube.com/watch?v=KitcvxK9bzU

Ena Pá (2000), então não é que me esqueci dos SexPistols, do Brian Ferry e de mais Galaxie (500)… Ai que SaUdaEDE dos SonicYouth.

PS -Toda esta ideia surgiu depois de escutar a play list do ex líder da JSD na TSF (sinceramente que grande minimidade sonora do moço, que pobreza).

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

TROIKA-ME DE GOVERNO!

Torna-se mais do que evidente que a troika tem servido de desculpa para todas as acções e medidas deste (des)governo. A troika troikou-nos, de forma a que ninguém se interrogue sobre a impreparação e falta de estratégia de Passos e Gaspar na defesa do interesse nacional!

Porém, continuo a pensar que não é apenas a impreparação e  incompetência deste governo que nos levaram ao CAOS. O que sucedeu foi resultado do somatório de umas tantas coisas: uma agenda ultra-liberal, que outorga num modelo empírico e de experimentalismo do sr. Gaspar, tendo como recompensa o seu assento, dentro de meses, no BCE ou mesmo no FMI; acrescida das más escolhas ministeriais e de um primeiro-ministro que não sabia, não sabe e não saberá defender o supremo interesse nacional, e que se agacha perante os lideres europeus e apenas se preocupa em privatizar e desmantelar o estado social, como forma de ganhar o seu sustento vitalício e dos seus amigos (Relvas e Companhia)…

Mais se foi a troika que nos levou aqui…então é altura de perguntar aos portugueses, se já leram o memorando da troika? Aquele assinado por Portugal em Maio de 2011. Para quem não leu e tem interesse em fazê-lo, deixo o link para que consultem e meditem sobre as 35 páginas do documento que tem servido de justificação para todo o (des)governo deste governo.

Depois de uma leitura atenta pergunto onde está escrito no "memorando de entendimento" que em 2013 o IRS tem de subir 30 por cento, em média, para custear a incompetência e a imbecilidade deste governo? Onde consta que se deve lançar uma sobretaxa de subsídio de Natal a todos os portugueses (decidida e executada em 2011)? Onde está o corte nos subsídios aos funcionários públicos e pensionistas? E uma reforma administrativa do poder local, sem que sejam consideradas as vontades das próprias populações e seja executada uma regionalização, através de uns organismos que ninguém sabe quais as próprias competências e cuja única certeza é que irão servir de sorvedouro para os amigos que não podem ser candidatos aos municípios pela limitação de mandatos? E a história mais ridícula e imbecil de alteração das contribuições para a TSU? Onde está escrito a alteração das taxas e nos escalões do IRS, incluindo a nova sobretaxa (anunciados no Orçamento para este ano).

Façam o exercício de tentar descobrir onde estão escritas estas nefastas medidas e verão que não constam em lado nenhum, ao contrário das tagarelas palavras que este governo diz constar no memorando.

Este governo insiste no erro e no disparate de encontrar as piores soluções, basta recordar a subida do IVA em vários sectores, nomeadamente na restauração, o que ganhou com esta medida? Lançam taxas e sobretaxas, retiram subsídios e o governo expande a crise económica.  Com estas medidas alcançam a retração e o descontentamento social, as pessoas deixam de consumir e a economia estanca, em contraste com a taxa de desemprego que não para de subir. A receita fiscal cai abruptamente e o deficit dispara sem qualquer controlo das previsões gasparianas.

Este governo mente e não adianta troikar-se em falsas remições, pois em nenhuma linha do memorando estava escrito que tínhamos que optar por este caminho, para este ano que ainda agora principiou temos mais do mesmo:  aumento da luz, água, luz, transportes, impostos, portagens, IMI, ICV´s e tantos vês que não se vê uma luz de esperança…

Tudo irá subir exponencialmente, até a contestação social. Os portugueses não têm alternativa para 2013 por isso, há que troikar de governo!

Para ler e consultar o memorando, vá a:


E verificará como este governo mente aos portugueses!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

UM APELO AOS MEDENSES DE 1975

UM APELO AOS MEDENSES DE 1975
 
Car@ Amig@,
Em plena cavaqueira no café do Tozé Clemente, na noite da passada sexta-feira, eis que surge um rapaz de cabeça rapada... e fico por instantes na dúvida, conheço-o de algum lado.

Sem dar parte fraca, remeto-me ao silêncio e espero que o mesmo me cumprimente. Eis que o cumprimento surge e, por sinal, é feito com alguma estranheza: O senhor está bom? Respondo: Estou...

A minha mente fica mais confusa e medito mas este “gajo” não é o Jaime? O Jaime que andou comigo na escola primária? O Jaime que é de 1975... o tempo passou e senti-me inquieto... de forma a que ele não desse conta, perguntei aos meus companheiros de mesa: Este não é o Jaime?o sobrinho do “Arturinho”? a resposta foi me dada, é ele mesmo.

O incómodo voltou e outras dúvidas subsistiram, talvez de caracter existencial.
Estou mais velho? Será por eu agora usar bigode? Eis que a minha voz lhe fez eco e, de imediato, se levanta e me pergunta: Oh pá, tu não és o Cláudio? Claro que sou respondi e surge então um abraço de quem já não se via há algum tempo...Caraças!! Então não sabias dizer? Tudo o resto não será preciso contar.

O que queria contar é que o tempo passa e as memórias e as recordações da nossa infância vão surgindo como algo que faz parte de nós e que será sempre bom recordar, por isso aproveitámos o momento para fazer um desafio: Porque não marcar um Jantar com os Rapazes e Raparigas do nosso Ano (1975)? Há uns tempos atrás fiz um levantamento (Registo Civil) e consegui registar os nomes porém faltam-me imensos contactos. Agora que está lançado o desafio, peço a vossa colaboração. Ajudem a completar a listagem que vos envio em anexo. E que tal criarmos uma rede de comunicação e pensar numa data para um encontro...

Car@ Amig@ se deparar que marcar um encontro não faz sentido...esqueça este pedido, mas não se esqueça que todos fomos colegas e companheiros de infância, aprendemos juntos, crescemos juntos, brincamos juntos e até asneiras fizemos juntos...

Um abraço do Amigo
Cláudio

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Moção apresentada pelo PS Mêda na Assembleia Municipal (28 de Setembro de 2012) - aprovada por unanimidade


-MOÇÃO –
FIM DE ISENÇÃO DE PORTAGENS DAS SCUT`S (A23 E A25)

 Sendo do conhecimento de todos que o Governo tenciona, dentro de dois dias, deixar de isentar portagens, em 10 viagens mensais, aos residentes deste concelho nas SCUT´s - A23 e A25, vimos, com desagrado, apresentar o nosso descontentamento com tal medida.
Foi promessa deste Governo discriminar positivamente o Interior do País e consequentemente os Medenses e, como não podemos aceitar que, face à nossa já periférica posição dentro do Distrito, sejamos ainda mais discriminados pela medida que impõe que não seremos abrangidos pela isenção, que permitiria aos seus habitantes fazerem-se deslocar com menos custos nestas duas vias, apresentamos a nossa posição discordante.

Certo é que o Concelho da Mêda dista a mais de 60Km da cidade da Guarda, é um Concelho com o menor rendimento percapita do Distrito e do País. A esta situação  qual alia-se o facto de não sermos contemplados por uma via estruturante de grandes dimensões, entenda-se Auto-Estrada. Apesar da construção do IP2, este não permite que possamos deslocarmo-nos à sede do Distrito sem custos, uma vez que a concentração de serviços nos obriga a deslocarmo-nos diariamente.
Face a esta conjuntura, somos obrigados acreditar que só poderá ser um engano o facto de quererem que, aqueles que nos 38 anos de Democracia não usufruíram de qualquer tipo de infra-estruturas IP e AE, sejam os que mais irão sofrer com esta medida que discrimina negativamente os mais isolados e mais esquecidos, terão que forçosamente que pagar portagens na A23 e A25, únicos eixos que nos poderão levar ao desenvolvimento.
Porque gostamos de honrar as palavras e os compromissos, porque não aceitamos que, uma vez mais, nos levem ao engano, nunca é de mais lembrar, que estas vias foram criadas com fundos europeus, com o objectivo de potenciar o desenvolvimento deste território, não entendemos esta burla.
Há cerca de um ano foi prometido, por este governo, que ficaríamos a usufruir desta isenção, porque o concelho de Mêda não atinge os indicadores económicos exigidos (60% percapita da média nacional).

Reconhecendo que existem realidades diferentes, entre meios urbanos e rurais, em que o Interior contribui de sobremaneira para o enriquecimento do Litoral, note-se que as suas populações, em especial nas últimas décadas, migraram para o Litoral, provocando um aumento demográfico, habitacional, de emprego, de equipamentos sociais, entre outros. Custa-nos aceitar que esta medida seja discriminatória e não defenda o interesse das nossas populações.

O nosso concelho vive de uma realidade rural e de uma população muito envelhecida, necessitando diariamente de atenção, de igualdade e de ajuda, de modo a que estas pessoas possam viver com melhor conforto e na igualdade de direitos de um país democrático.

Pelo exposto, pedimos que estas razões vos possam sensibilizar e demover desta discriminação claramente negativa para com aqueles que mais isolados estão e que mais sofrem de subdesenvolvimento.

O Concelho de Mêda, neste último ano, foi o concelho do Distrito da Guarda que mais serviços viu extintos, note-se o encerramento do SAP, a proposta de encerramento do Tribunal e do Heliporto, ao qual se acrescenta a introdução de portagens na A23 e A25 e a hipotética manutenção do serviço de Finanças.

Por um Portugal igualitário nas oportunidades os Medenses entendem, por esta forma, que o fim da isenção das portagens na A23 e A25 em nada contribui para o bem-estar dos nossos munícipes, mas sim para o seu isolamento e esquecimento...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Grande imbróglio tem o Partido Socialista nas suas mãos.

Grande imbróglio tem o Partido Socialista nas suas mãos, depois do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista anunciarem apresentação de uma Moção de Censura.
 
 
Hipótese A - Se vota a favor é feita a seguinte leitura - o PS é um partido irresponsável, que quer o poder a todo custo, que segue a reboque da esquerda também esta irresponsável. Não tem palavra, uma vez que disse que não aprovava uma moção de censura se o governo recuasse com a TSU. Este recuou e agora aprova uma moção de censura?

Hipótese B- Abstenção - prova que o PS quer passar entre os pingos da chuva sem se molhar. Irresponsáveis, não tomam decisão, mostrando que não quer saber do país. Delega o palco político para os partidos à sua esquerda, deixando que o descontentamento dos cidadãos para com este governo seja capitalizado pelo BE e pela CDU;
 
 
Hipótese C – Vota contra a moção de censura – o Partido Socialista está amarrado aos partidos que sustentam o Governo - “é tudo igual, PS, PSD e PP”. O PS ficaria ao lado destas políticas do governo e dificilmente, nos próximos tempos, se descolaria do governo. Passaria a ser conivente com todo o mau estar do país. O PS deixa de ter coerência e clarividência com tudo aquilo que tem vindo a dizer! E mostra que não está disponível para fazer pontes com os partidos à sua esquerda.
Em suma, qualquer das soluções a ser aplicada serão de difícil gestão, e será também difícil que o PS não fique “chamuscado”. Mas há alguns aspectos a considerar e que convêm lembrar:
A esquerda (BE e CDU), há pouco mais de um ano, juntou-se à direita para derrubar um governo socialista. Se hoje estamos pior, é bom recordar que a responsabilidade é também destes dois partidos.
Neste momento, Passos Coelho, além de não ter estratégia/rumo para o país não tem mão no governo/coligação, no entanto esta moção pode servir de balão de oxigénio e possibilitar, por mais algum tempo, a permanência deste governo em puro desvanecimento. (vitimização). Lembram-se do que o Sr. Passos Coelho disse sobre o PEC IV, quando Sócrates foi negociar com a Sr.ª Merkel sem passar cavaco ao maior partido da oposição...
Por falar em Passos Coelho, este rapaz não aprende, pelo parece continua a pedir ao Sr. Aníbal que o mande embora. Então vai fechar acordos a Bruxelas – com medidas de substituição à TSU - e não diz nada ao principal partido da oposição, nem aos parceiros sociais. E agora, quer uma concertação social?
Convém lembrar que, face a todo este “carnaval político”, é Paulo Portas, neste momento, o homem mais poderoso do país. O futuro “próximo” da política portuguesa está nas suas mãos e tudo depende da sua vontade, uma vez que ele tem o poder de decidir até quando perdurará esta coligação.
Por último, não entendo esta posição conjunta do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, ficando condicionados até ao final do próximo verão, já que não poderão subscrever mais nenhuma moção de censura, uma vez que por ano de legislatura só se pode apresentar uma única moção.
Pergunto: Para quê, esta moção conjunta? Estoirar “cartuchos” desta maneira... e, uma vez mais, o PS condicionado...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Voto de Pesar - Sr. Toneca

Foi apresentado um Voto de Pesar, pelo falecimento do Sr. Toneca, pela Bancada do Partido Socialista de Mêda na última Assembleia Municipal (28 de Setembro de 2012).

-VOTO DE PESAR-

No passado dia 30 de Agosto faleceu o Sr. António Augusto Lourenço Júnior,  nascido a 5 de Maio de 1926, tendo portanto 86 anos de idade.  Mais conhecido por Senhor Toneca.

Foi um homem dedicado a causas e participou activamente no seio recreativo, desportivo e cultural do nosso concelho.

Na sua juventude vestiu as cores do Sporting Clube de Mêda, mas foi o gosto pela música que o fazia estar sempre disponível em diversas actividades culturais, uma destreza invulgar na forma como tocava com o seu violino, com o arco fazia efervescer melodias que encantavam plateias e que jamais serão esquecidas.

Foi um dos fundadores do Rancho Folclórico e Recreativo da Mêda, onde a sua presença era constante e de grande dedicação.

Esteve na Junta de Freguesia de Mêda de 1979 a 1993. Na sua presidência trabalhou em prol do bem comum, garantindo melhores condições ao mundo rural, compondo caminhos para que as acessibilidades fossem de melhor acesso aos campos agrícolas.

O Partido Socialista de Mêda não esquece a sua militância e, por isso, a sua passagem ficará sempre guardada nas nossas memórias.

Termino com uma expressão pessoal, que repetia vezes sem conta, aos colegas do Rancho Folclórico da Mêda: “Não me deixem morrer..”

A Assembleia Municipal de Meda manifesta o seu mais profundo pesar pela morte do Sr. António Augusto Lourenço Júnior e apresenta à família as mais sentidas condolências.

Em honra à sua memória, proponho que este órgão guarde um minuto de silêncio, perpetuando a referência do Senhor António Augusto Lourenço Júnior nesta cidade e neste concelho.

Mêda, 28 de Setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Religião, Futebol e Música para o português ver...

Só há uma dificuldade na vida politica: DECIDIR! Por isso, há políticos que aproveitam os momentos de paixão dos seus concidadãos, para exporem más medidas e erros de uma cegueira, que nos conduzirá ao suicídio.

É certo que José Sócrates terá utilizado a vinda do Santo Padre para falar com os portugueses, mas longe de assistências pávidas e serenas como aconteceu na passada 6ª feira, em vésperas do Jogo da Selecção, ouvimos o actual 1º ministro (Passos Coelho) apresentar uma receita mágica para a suposta salvação do país: Austeridade, uma austeridade que mais não passa de uma Brutalidade, que será nefasta e possivelmente letal para a vida dos portugueses.

Se há uns tempos atrás, a receita foi austeridade, seguida de brutalidade, agora o receituário é uma morte anunciada!

O que não é estranho na vida dos portugueses é toda esta triangulação antepassada "Salazarenta": Amália, Eusébio e Fátima...

A música ficou a cargo do Sr. Gaspar (ontem), mais de uma hora a chover no molhado, ao som da marcha fúnebre de Chopin.

Por falar em marchas, há muito que não se ouve a marcha nupcial de Wagner (PPD/PSD e CDS/PP)... o enamoramento terá dado lugar a um casamento a prazo!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

brincávamos a cair nos braços um do outro

Como o tempo passa. Hoje, saltou-me à memória o ano de 1998, em especial esse Verão. Já passaram 14 anos... que um conjunto de jovens (rapazes e raparigas) da Mêda criaram um movimento, uma associação juvenil "MEDANIMA".
Durante esse Verão fez-se muita coisa, nomeadamente, uma sessão de poesia intitulada "O Frémito" no Ambrósios Bar.
Recordo-me que a maioria dos poemas declamados eram de poetas desconhecidos e um deles era do Valter Hugo Mãe.
Hoje, Valter Hugo Mãe é reconhecido como um dos melhores escritores da língua portuguesa. 
Aqui deixo um dos seus belos poemas,
(brincávamos a cair nos braços um do outro).

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brincávamos a cair nos
braços um do outro, como faziam
as actrizes nos filmes com o marlon
brando, e depois suspirávamos e ríamos
sem saber que habituávamos o coração à
dor. queríamos o amor um pelo outro
sem hesitações, como se a desgraça nos
servisse bem e, a ver filmes, achávamos que
o peito era todo em movimento e não
sabíamos que a vida podia parar um
dia. eu ainda te disse que me doíam os
braços e que, mesmo sendo o rapaz, o
cansaço chegava e instalava-se no meu
poço de medo. tu rias e caías uma e outra
vez à espera de acreditares apenas no que
fosse mais imediato, quando os filmes acabavam,
quando percebíamos que o mundo era
feito de distância e tanto tempo vazio, tu
ficavas muito feminina e abandonada e eu
sofria mais ainda com isso. estavas tão
diferente de mim como se já tivesses
partido e eu fosse apenas um local esquecido
sem significado maior no teu caminho. tu
dizias que se morrêssemos juntos
entraríamos juntos no paraíso e querias
culpar-me por ser triste de outro modo, um
modo mais perene, lento, covarde. Eu
amava-te e julgava bem que amar era
afeiçoar o corpo ao perigo. caía eu
nos teus braços, fazias um
bigode no teu rosto como se fosses o
marlon brando. eu, que te descobria como se
descobrem fantasias no inferno, não
queria ser beijado pelo marlon brando e
entrava numa combustão modesta que, às
batidas do meu coração, iluminava o meu
rosto como lâmpada falhando

a minha mãe dizia-me, valter tem cuidado, não
brinques assim, vais partir uma perna, vais
partir a cabeça, vais partir o
coração. e estava certa, foi tudo verdade

valter hugo mãe, in 'contabilidade'

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O que pode fazer um governo socialista de diferente...

O que pode fazer um governo socialista de diferente, que o distinga de outros governos (ultra-liberais). Haverá um outro caminho, uma outra estratégia que, em tempos tão adversos, permita alavancar a economia e criar riqueza...

Passado um ano da queda de um governo legitimamente eleito, porque não era então possível exigir mais austeridade aos portugueses, ipsis verbis do então líder da oposição (Passos Coelho). E depois de mais uma temporada de promessas eleitorais, eis que a avaliação à qual poderemos submeter este governo é óbvia: falhou, escolheu os piores caminhos, pelo que a consequência desse autismo governativo é a vida dos portugueses que está cada vez pior: mais desemprego, mais pobreza, menos cidadania, menos protecção social e um desinteresse ”galopante” dos cidadãos em relação à classe politica.

Dizer-se que os políticos são todos iguais e que não há diferenças nas lateralidades é um erro perigoso, há até quem julgue que já não é possível governar à esquerda, uma vez que os banqueiros e especuladores económicos serão aqueles que ditam as regras. Nunca foi tão visível, os senhores da Goldman Sachs serem chamados a orientar os destinos de alguns países, que eles próprios ajudaram a colapsar. Por vezes a análise política é demasiada “aligeirada” e isso poderá conduzir a um descontrolo social com consequências nefastas.
Provavelmente, nas últimas décadas, nunca foram tão evidentes as diferenças ideológicas que compõem o espectro partidário. Um belo exemplo de que o socialismo democrático faz falta ao Mundo e sobretudo a uma Europa imóvel, letárgica e incapaz de dar sinais de arranque é o já fenómeno, Hollande. Assim e a pouco mais de dois meses de liderar os destinos dos gauleses, o seu cunho é já patente e bem diferente de Sarkozy, de tal modo que a Sr.ª Merkel tem tido dificuldade em impor a sua agenda austera e de “insensibilidade ariana” com os demais parceiros europeus.
 
Alguns exemplos ajudar-nos-ão a compreender que as decisões e as estratégias de cada líder poderão criar factores diferenciadores, permitindo aos seus cidadãos uma vida melhor, de incentivo ao crescimento económico de forma a ser possível apoiar os mais vulneráveis e os mais desfavorecidos, capaz de acordar um país, uma Europa e o Mundo, contrariando o pessimismo dos “agiotas económicos” que não são mais do que os grandes promotores e profetas da desgraça.   
 
Pois bem, o sr. Hollande em funções há pouco mais de 60 dias, entre as muitas medidas tomadas, gostaria de destacar:
- Elaborou um documento (12 linhas) para todas as agências de estado dependentes da administração central em que comunica a supressão dos veículos de empresa desafiando com “frases” os altos funcionários, como se um executivo que ganha 650.000 euros ano, não se pode dar ao luxo de comprar um carro bom com seus próprios rendimentos do trabalho. Isso significa que é demasiado ambicioso, é estúpido, ou que é desonesto. O país não precisa destes tristes regalias. Touchè. Fora com a Peugeot e com a Citroen? O que é certo, é que a sua intervenção permitiu salvar postos de trabalho. 345 Milhões de euros serão transferidos para a criação (abertura de 15 de agosto de 2012) em alta tecnologia avançada de 175 institutos de investigação científica, assumindo a contratação de 2560 desempregados jovens cientistas para aumentar a competitividade e a produtividade da nação.
- 100 carros oficiais foram removidos e leiloados, aproveitando este valor para o fundo de previdência  tendo sido distribuído para as regiões com o maior número de centros urbanos com os subúrbios ruinosos.

 

- Ele tem abolido o conceito de paraíso fiscal (definido socialmente imoral) e um decreto presidencial de urgência pela fixação de uma percentagem do aumento na tributação para todas as famílias que ganhem mais de 5 milhões de euros por ano. Com esse dinheiro (mantendo assim o pacto fiscal) sem afectar o orçamento de estado, contratou 59.870 licenciados desempregados, dos quais 6.900 a partir de 1 de julho de 2012 e, em seguida, outros 12.500 a partir de 1 de Setembro, como Professores no ensino público.

 

- Ele privou os subsídios do estado da Igreja de 2,30 milhões de euros financiados exclusivas escolas particulares, e lançou-se (com dinheiro) um plano para a construção de 4.500 jardins-de-infância e 3.700 de ensino, infra-estruturas nacionais a partir de um investimento do plano de recuperação.
- Estabeleceu o conceito presidencial “bono-cultura”, um mecanismo que permite a qualquer pessoa pagar zero impostos se constituir como uma cooperativa e abrir uma livraria independente de contratação de pelo menos dois graduados desempregados na lista de desempregados, a fim de economizar dinheiro para as despesas públicas e fazer uma contribuição mínima para o emprego e para o relançamento de novas posições sociais.

 

- Aboliu todos os subsídios do governo para revistas, fundações e editores, substituindo-os por comités de estado de empresários que financiarem actividades culturais com base na apresentação de planos de negócios relacionados a estratégias de marketing avançadas.
 -Lançou um procedimento muito complexo em que bancos oferecem uma opção (sem impostos): desde empréstimos a empresas francesas que produzem bens recebe benefícios fiscais, oferecendo instrumentos financeiros pagos a uma taxa adicional: take it or leave it.

 

- Reduziu os salários de todos os funcionários do governo. Reduziu 32 e 40% a todos os membros do Estado, altos funcionários, que ganham mais de 800 000€ por ano. Com essa quantidade (cerca de 4 milhões de euros), que estabeleceu um fundo que oferece garantias às mães solteiras um bem-estar em condições financeiras difíceis, garantindo um salário por um período de cinco anos até que seu filho vai para a escola primária e três anos se a criança é maior. Tudo isso sem alterar o equilíbrio do orçamento.
O Presidente francês, François Hollande, reduziu o seu salário e a todo o novo executivo em 30%. (Quando Sarkozy chegou ao poder em 2007, uma das primeiras medidas tomadas foi aumentar o salário, cerca de 170%.). Hollande fez com que o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, em vez de receber 21.300 euros, receba 14.910 euros por mês.

 

Por outro lado, o salário bruto de 34 gestores departamentais passaram de 14.200 euros por mês para 9.940€.
O resultado destas e de outras medidas de Hollande são surpreendentes! A propagação dos bunds alemãs caíram, e não é pura magia. A inflação não aumentou. A competitividade da produtividade nacional aumentou no mês de Junho pela primeira vez em três anos.

 

Será que Hollande é um génio da economia? Ou, simplesmente, um homem com bom senso e que arrasa com as brejeirices que “todos os políticos são iguais...”.
Há quem se esteja a “lixar” para as eleições ou até mesmo para quem os elegeu, porém há quem governe para que as pessoas possam viver melhor e assim se conclua que é possível governar melhor.

terça-feira, 3 de julho de 2012

A geração que quer tirar o socialismo da gaveta!



Porque ainda existem socialistas dentro do actual Partido Socialista, que serão capazes de transformar o próprio PS e o país, em torno de melhores políticas, projectos e ideias que se enquadrem n o nosso ideário, de acordo com a matriz ideológica do socialismo democrático...Eu também acredito na minha geração e num conjunto de camaradas preparados e capazes de tirar o socialismo da gaveta, ou de o afastar de meia dúzia de patronos que até das próprias sombras têm medo.
Acredito em pessoas, acredito em ideias e porque não gosto de ver aqueles (situacionista) que ficam à espera de ver qual o comboio que tem mais gente...
Já agora, aproveito para que os moços de mão e de recados levem esta publicação a quem gostam de engraxar. Eu também estou nesta...podem-se bufar!!!!
 PS- sugestão de leitura para os próximos tempos (Ensaio da Lucidez – Saramago)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

“O PS afasta-se da nossa vida”

Hoje ao tomar o café matinal e ao passar uma vista de olhos pelo DN, eis que surgiu um artigo de grande interesse. Uma reflexão que merece toda a atenção.
Sou militante do PS mas vejo que o rumo que está a ser seguido não é auspicioso e a sociedade civil, cada vez mais, está muito distante.

Deixo o artigo de opinião de Baptista Bastos, intitulado “O PS afasta-se da nossa vida”

O PS de Seguro assegura quê?, ao abster-se em tudo o que exige posição clara e consentânea com o que o nome "socialista" comporta e define. Mas o PS de Seguro continua a ambiguidade moral (já nem sequer se lhe impõe mais) a que habituou os portugueses. Não há "neutralidade" em nenhuma actividade humana - e muito menos em política. Durante a II Guerra Mundial, Salazar colocou em trânsito a aberração da "neutralidade activa", mas a sua ideologia pendia para o lado nazi. Um comportamento que não é carne, nem peixe, nem arenque vermelho e dissimula as mais sórdidas patifarias. A invocação da frase: "Somos um partido responsável", de que Seguro é useiro e vezeiro, converteu-se numa farsa. E surpreende a indiferença resignada manifestada pelos militantes do PS.

Desde a sua ascensão ao poder, Seguro, devido a uma astúcia tão infantil como amolgada, nada mais tem feito do que exercícios de "neutralidade." O que diz, as pequenas batalhas verbais em que se envolve são irrelevantes e representam, afinal, compromissos presumidamente temporários, porém, na prática, sustentáculos efectivos do Governo. Não há "neutralidade" em nenhuma actividade humana, escrevi. Este absurdo teve uma tradução imoral na "distanciação" jornalística. Os malefícios desta falácia afastaram leitores e levaram ao nojo e à rejeição veemente os que sabem das regras da arte.

O jornalista, segundo esta tese, não devia "tomar partido": sem indignação, sem protesto, massa inerte com olhos desprovidos de emoção. Um ser "neutral", infenso ao que ocorria em seu redor; um gravador com o maniqueísmo da tábua rasa. Os "ideólogos" desta proposta ignoravam a história do nosso jornalismo, e tinham lido mal alguns teóricos anglo-saxónicos. Haja Deus e haja Freud!

O PS "distanciou-se" tanto da realidade portuguesa, através da "neutralidade" inscrita numa estratégia ditada pelas circunstâncias, que abriu a porta a todas as indignidades. A menor relação, o mais vago discurso alimentam as maiores suspeições. Ser "neutral" em assuntos tão importantes como (por exemplo) o Código do Trabalho, ou o apoio ao "acordo" de concertação social, é uma aquiescência vil. Mas a lista de ignomínias é imensa, e contribui para o descrédito não apenas daquele partido como da própria ideia de socialismo.
O projecto de Seguro é de tal forma pífio e inconsistente que foi preciso Pedro Silva Pereira, braço direito de José Sócrates, defender, na Assembleia da República, a honra do convento.

O seu discurso estabeleceu o facto político do dia, como assinalou, na SIC Notícias, o jornalista Filipe Santos Costa, cuja perspicácia nada tem a ver com a baça rotina dos habituais comentadores do óbvio. Ele é um dos dois ou três que não agridem a inteligência de quem os ouve e restituem-nos o gosto da palavra dita.

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PS - Para consultar a intervenção do Deputado Pedro Silva Pereira, no âmbito da moção de censura apresentada pelo Partido Comunista Português.

http://www.youtube.com/watch?v=mIZG_YEfWYw

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Dia Mundial da Criança

O Dia Mundial da Criança é oficialmente a 20 de Novembro, data que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece como Dia Universal da Criança por coincidir com a data de aprovação da Declaração dos Direitos da Criança. Porém, a data efectiva de comemoração varia de país para país, em Portugal o Dia da Criança é festejado no dia 1 de Junho.

Aprendi desde criança a comemorar este dia como sendo um dia de festa e muito especial. Mais tarde, aprendi que existe uma Declaração dos Direitos da Criança, proclamada pela Resolução da Assembleia Geral a 20 de Novembro de 1959, tendo como base e fundamento os direitos à liberdade, à educação, à diversão e ao convívio social das crianças, preconizados em dez princípios:

Princípio I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.

Princípio II - Direito à protecção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.

Princípio III - Direito a um nome e a uma nacionalidade.

Princípio IV - Direito à alimentação, morada e assistência médica adequadas à criança e à mãe.

Princípio V - Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.

Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.

Princípio VII - Direito à educação gratuita e ao lazer infantil.

Princípio VIII - Direito a ser socorrida em primeiro lugar, em caso de catástrofes.

Princípio IX - Direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no trabalho.

Princípio X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.

No passado dia 1 de Junho os alunos do Agrupamento de Escolas do 1º ciclo e o Pré-Escolar do concelho de Mêda comemoraram esta data e desfrutaram da iniciativa promovida pela autarquia. Os alunos gozaram de actividades lúdicas, usufruindo de momentos especiais e de grande contentamento.

Porém, gostaria de lembrar que o Dia Mundial da Criança é também um dia de reflexão para todos nós adultos, um momento para pensar sobre aquelas crianças que sofrem de abusos, de maus-tratos, de insegurança, de deficiência, de desnutrição, de falta de afectos e de muitas coisas essenciais para o seu bem-estar e para o seu desenvolvimento.

Só assim estamos a comemorar na plenitude e na universalidade os direitos de todas as crianças. Deste modo podemos construir uma sociedade mais justa e promover o bem-estar biopsicossocial e cultural de todos.