sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

SONETO ANTI COLONIALISTA de Joaquim Pessoa

SONETO ANTI COLONIALISTA

Ah Diogo! Ah Cão! Em que deZaire
pretendes colocar o teu padrão?
El-rei morreu. As naus de clarear
são agora de um povo nosso irmão.

Dispensámos as balas e os escravos
e mais para diante navegámos.
Negreiros não. Dissemos sim aos cravos.
O mar não dói. E a terra não tem amos.

Ah Diogo! Ah Cão! Que resultado
esperavas deste povo a ver morrer
o seu corpo na farda de soldado?

Esta Nau do futuro há-de vencer!
Mas há cães que só ladram o passado
porque o presente é duro de roer!


Joaquim Pessoa

-A propósito de uma reportagem passada no canal 1, ontem à noite, sobre a (des)colonização...