domingo, 31 de dezembro de 2017

Por agora, mudemos de ano...

"Muda de vida, se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se a vida em ti é de outro jeito.”

                                        António Variações


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Zé Pedro, para onde vais?


Zé Pedro, para onde vais?

Os Xutos e Pontapés cantaram e encantaram-nos durante quatro décadas, várias gerações partilharam músicas, estórias, momentos e muitas outras coisas, que só mesmo, quem não cruzou os braços (X) num concerto é que não pode saber o que estou a sentir…

Sou (ainda) do tempo em que os Xutos e os UHF disputavam o Rock Português, mas sempre fui admirador da banda da margem sul. De miúdo, lembro-me de ouvir os “contentores” do Circo de Feras, numa cassete, no walkman que o meu tio João trouxe de Paris.

Depois, tive o vinil “Gritos Mudos” a rodar na velha aparelhagem, com o culminar de colocar um grande poster no meu quarto.

O Zé Pedro era a alma dos Xutos, o perfume de uma banda irreverente e diferente, fizeram-me fã e nunca mais os esqueci.

Zé Pedro e Xana, apresentaram provavelmente um dos melhores programas de música alternativa (Vira o Vídeo). E aí tudo mudou, alterei o meu gosto musical, aprendi a gostar de outras sonoridades, estranhas, já que o mundo era mais fechado!

Zé Pedro, não sei para onde vais… mas pressinto que: “o que foi, não volta a ser, mesmo que muito se queira”.

Por isso, vou ter saudades tuas!

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Miss Eucalipta





Miss Eucalipta,

A tal que cortou em 20 milhões o orçamento para defesa de florestas.

A tal que liberalizou a plantação de eucaliptos e dificultou a plantação de árvores autóctones como o sobreiro.

A tal que atribuiu milhões de euros em subsídios aos latifundiários absentistas, criadores de touros que a maior parte hoje não aprecia.

Nota: ela é dona duma das maiores explorações de sobreiro do país.....

A tal cujo governo fez uma lei que proíbe a PJ de investigar os culpados em caso de mão criminosa nos incêndios.

A tal que antes de ir para o governo do Passos Coelho, trabalhava na empresa de advogados que defende a Monsanto.

A tal que humilhou Portugal ao votar contra o fim dos neonicotinoides junto com mais 4 países pequenos da União Europeia.

A tal que agora culpa todos pelos incêndios e o abandono da floresta.

Esta pessoa é real, não pensem que que estamos perante uma personagem de ficção, apenas uma ex-ministra de um (des)governo que empobreceu a maioria dos portugueses e mandou-os emigrar!

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Sétima Arte

No passado domingo, comemorou-se o Dia Internacional do Cinema. No entanto, a Sétima Arte já teve melhores dias e melhores bilheteiras....

Numa altura em que falar de cinema é falar de assédio sexual, sodomia, pedofilia e outras parafilias… tornar-se-á malévolo adjectivar, desta forma tão negativa, a técnica e arte de reproduzir imagens num ecrã que encantam tantas gerações, tantas culturas e que, quase sempre, nos fizeram explorar e recriar o nosso imaginário! 

Depois dos "quarenta", fico com a ideia, que - voltar a adorar o cinema é voltar a ser criança.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Ainda se lembram!




Quem quer tirar dividendos políticos deste terrorismo incendiário (crime organizado), arrisca a queimar-se nas suas próprias labaredas (palavras)! 

A demissão de uma ministra pode salvar a oposição, mas não salvará o país!

Combater este flagelo é uma obrigação de todos. Em termos políticos, todos têm telhados de vidro e o país deverá entender que o combate só será eficaz quando tivermos uma floresta organizada e cadastrada. Até lá, compete a todos os organismos que tutelam estas áreas fazerem mais e melhor, com rigor e pautado com a batuta do saber técnico/académico.

Quem quer dar tiros partidários arrisca-se ao ricochete.  

Deixo parte de um registo, do sempre iluminado Daniel Oliveira, que ajudará à contenção dos nossos ímpetos (mais impetuosos).


“Em vez de começarmos outra vez a inventar, vamos ler relatório publicado pela comissão independente e completemos a reforma da floresta que deu os primeiros passos há uns meses. Cada incêndio que apagamos é apenas um incêndio que é travado. Os problemas estruturais estão lá todos e não se vão resolver ao ritmo das polémicas mediáticas”.

sábado, 14 de outubro de 2017

Sondagens são Sondagens....



Sondagens são sondagens... e valem o que valem!
Mas quando a esquerda cresce e a direita afunda-se, deixa-me sorridente.
O país gosta de António Costa!


terça-feira, 29 de agosto de 2017

AVISO AUTÁRQUICO!



A perda de memória ou de amnésia pode ser transitório ou de curto prazo e pode ter um súbito ou início gradual e piora.

Um dos factores que pode interferir com essa capacidade é a idade, a maioria das pessoas tende a perder a memória. Contudo, é necessário estar atento à perda de memória, já que a mesma pode interferir nas actividades da vida diária. Devendo efectuar-se uma avaliação mais cuidadosa.

Em muitos destes casos patológicos o esquecimento torna-se frequente e consistente, tornando-se motivo de preocupação.

Há casos, em que a própria pessoa confunde o seu próprio nome... 


domingo, 18 de junho de 2017

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Na muche!

Por muito certeiro que fosse, não diria melhor... Uma análise limpa e elucidativa, "na muche"... por Miguel Sousa Tavares (leitura obrigatória)!


"Ouvir Maria Luís Albuquerque a querer dar lições de economia ou finanças públicas a este Governo (ou a qualquer outro); ouvi-la prever catástrofes, em tom catedrático, e depois, quando as anunciadas catástrofes se revelam afinal sucessos, reclamar para si os louros dos mesmos; ouvi-la criticar as políticas de contenção de despesa pública que anunciou fazer e não fez e preconizar agora o contrário daquilo que defendeu quando no Governo, tudo isso me tira do sério.

Ouvir a desfaçatez com que o governante cujas decisões mais caras nos saíram desde o 25 de Abril pretende dar sermões morais sobre o dinheiro mal gasto dos contribuintes é puro desplante. Ver quem (juntamente com Carlos Costa e Passos Coelho) espetou mil milhões no Banif, para no fim essa banqueta insular ir à falência e custar mais três mil; quem andou anos a fio a assistir impavidamente ao acumular de prejuízos na Caixa Geral de Depósitos; quem se decidiu a experimentar a receita (até hoje, única) de espetar cinco mil milhões na Resolução do BES e na criação do Novo Banco (que rapidamente tratou de os fazer desaparecer), vir agora chorar pelos contribuintes que serão prejudicados pela prorrogação do prazo de pagamento dos quatro mil milhões que o Estado lá meteu pelo Fundo de Resolução (e cuja exigência de pagamento agora levaria à falência o que resta de banca), é verdadeiramente gozar com a nossa cara. Ver a senhora cuja teimosia em enfrentar o Santander na questão dos swaps nos custou mais umas centenas de milhões de euros atrever-se a falar em más decisões contratuais por parte do actual Governo, reflecte bem o seu sentido de responsabilidade política. Ver a senhora que, juntamente com Vítor Gaspar e Passos Coelho, conduziu políticas que forçaram a falência de milhares de empresas viáveis, que mandou para o desemprego 400 mil pessoas e metade disso para a emigração, ter a suprema lata de vir reclamar, por pretensas reformas que não fez, a paternidade da queda da taxa de desemprego abaixo da marca dos 10% e a criação de 120 mil postos de trabalho desde que tivemos a felicidade de nos vermos livres do Governo de que a senhora fazia parte, é apostar na amnésia colectiva. Se tivesse um pingo de pudor político, já se teria há muito calado de vez ou teria emigrado daqui — lá para onde os seus revelados talentos de economista sejam reconhecidos, como fez o seu antecessor. E se o PSD ainda conseguisse manter alguma lucidez de espírito no meio do desnorte em que navega, há muito que a teria reduzido ao silêncio, em lugar de a manter como porta-voz do partido para as questões económicas. Quantos portugueses imagina o PSD que votariam agora num governo chefiado por Passos Coelho, com Maria Luís Albuquerque a ministra das Finanças, Rui Machete a ministro dos Estrangeiros, Miguel Relvas a ministro da Presidência, e por aí fora?




Compreendo que não seja fácil a posição do PSD. Para começar, em circunstâncias bem difíceis, conseguiu ganhar as eleições mas viu-se desapossado do poder que já festejava por uma jogada de mestre de António Costa e uma insólita conspiração de contrários. Mas foi também assim, recorde-se, alinhando numa ainda mais antinatural conspiração de contrários, que PSD e CDS chegaram ao poder, derrubando o Governo do PS. Depois, todas as previsões de desastre anunciadas pelo PSD, o Diabo encomendado por Passos Coelho, o insucesso “matematicamente” garantido por Maria Luís Albuquerque no cumprimento dos 2,5% de défice previstos pelo actual Governo e a anunciada inevitabilidade de um orçamento rectificativo, algures a meio de 2016, tudo saiu, não apenas furado, mas ridicularizado. O défice foi de 2%, o mais baixo da democracia (com o saldo primário mais alto da zona euro); ao contrário do que aconteceu com todos os orçamentos do Governo PSD-CDS, não houve necessidade de qualquer orçamento rectificativo por desacerto entre as previsões e a execução; e, quanto ao Diabo, estamos assim, actualmente: a maior taxa de criação de emprego da zona euro e o a terceira maior taxa de crescimento do PIB na Europa. Enfim, e mais traumático do que tudo, deve ser perceber que isto aconteceu devido a uma combinação entre as medidas virtuosas que o anterior Governo anunciou e não fez (a contenção da despesa pública, que substituiu pelo “enorme aumento de impostos”) e a adopção de outras medidas que eles haviam jurado estarem erradas, como a aposta no relançamento do consumo privado, através da devolução parcial de alguns dos rendimentos mais baixos, que o anterior Governo cortara. Ou seja: de fio a pavio, os factos e os números (que valem bem mais do que os estados de alma ou as promessas eleitorais) provaram que a política económica do anterior Governo estava errada e foi um desastre para o país e para a vida concreta de milhões de portugueses. Não o reconhecer, não aprender com os factos e manter o mesmo discurso, pretendendo ainda que os portugueses lhes reconheçam os méritos das melhoria da conjuntura devido a ter-se feito exactamente o oposto do que preconizavam, ou é desespero ou é má fé.

É certo que a conjuntura internacional, em parte, tem ajudado este Governo. Mas também ajudou antes: o petróleo estava igualmente barato, o BCE já comprava dívida portuguesa, as taxas de juro estavam igualmente baixas para os privados e o Estado estava protegido da sua subida pelas condições do resgate da troika e dispondo ainda dos 78 mil milhões que esta nos havia emprestado (e que poderiam e deveriam ter sido usados para sanear a tempo a banca). Não, o que falhou foram as políticas e a teimosia, feita altivez, em insistir nelas e “ir ainda além da troika”, logo que se começou a verificar o efeito devastador que elas tinham sobre toda a economia. Como então aqui escrevi, quem tinha falido era o Estado e, para acorrer à falência do Estado, liquidou-se a economia, sem ao menos reformar o Estado — garantindo aquilo que Paulo Portas havia solenemente prometido: que no final do mandato teriam criado condições para que Portugal nunca mais tivesse de pedir para ser resgatado. Esse perigo mantém-se, porque, infelizmente, também não é este Governo, dependente de dois partidos que só pensam em aumentar a despesa pública, que irá reformar a administração pública e as mentalidades. Em estado de necessidade, quase em rigor mortis, como estávamos em 2011, Passos Coelho e Paulo Portas tinham as condições e o dever de o fazer — o país, grande parte dele, tê-lo-ia compreendido e aceitado. Mas não o fizeram e raras vezes se pode reescrever a história. Hoje, quando o próprio FMI e a Comissão Europeia reconhecem os erros cometidos em Portugal e na Grécia, a posição de trincheira do PSD não tem nada de estóico, apenas teimosia irracional e orgulho suicidário.

É verdade que Passos e Portas governaram em condições de extremas dificuldades — herdadas e que a sua estratégia ainda agravou mais. Mas também isso não serve de desculpa, pois eles quiseram governar, sabendo ao que iam. No momento em que os dois partidos da direita se juntaram aos dois de extrema-esquerda para chumbarem o PEC4 de José Sócrates (que fora aprovado em Bruxelas e Berlim), eles sabiam três coisas: que a única alternativa que restava era um pedido de resgate à troika; que José Sócrates se demitiria; e que era muito provável que, nessas condições, PSD e CDS ganhassem as eleições e assumissem o governo. Não foram, pois, ao engano nem por sacrifício patriótico: foram por vontade de poder. O que é legítimo, mas não pode depois ser usado como desculpa para as dificuldades da governação."

(Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia)



terça-feira, 25 de abril de 2017

25 de Abril, Sempre!



Discurso do 25 de Abril – Sessão Solene - (Mêda – 25 de Abril de 2017)


25 de Abril, Sempre!

É com este propósito que tendencialmente terminamos os nossos discursos sobre a Revolução de Abril. Poderia ser ousado e tentar descrever o início de um acontecimento pelo fim, mas será impossível apagar a história ou recriar outras interpretações, daquela que foi a génese da nossa democracia. Foi precisamente há 43 anos que homens determinados, através do Movimento das Forças Armadas resgataram a Liberdade dos meus avós, dos meus pais e de outros que, como eu, viriam nascer em democracia, em liberdade e com a esperança de um mundo melhor. Com mais oportunidades, com mais esperança, com as portas abertas para a Europa e para o Mundo.

Mas o caminho que foi feito, nestes 43 anos, foi um caminho com percalços, com hesitações, com medos, mas com a certeza que valeu bem a pena chegar aqui!
É com a certeza que muito devo aos capitães de Abril, e que tenho de agradecer a esses heróis que lutaram para que hoje, possa estar aqui, livre e com o direito à palavra, no mais elementar exercício cívico. Não poderei ignorar os homens e as mulheres que lutaram e proporcionaram uma constituição, que nos garantiram os mais elementares direitos à dignidade humana e definiram uma identidade cultural vanguardista e digna dos tempos modernos.

Assim, presto a mais sentida homenagem aos constituintes da II República, que nos ofereceram um país mais justo, mais fraterno e mais livre.

É certo que nasci depois da Revolução de Abril, não vivi, nem combati Salazar ou Marcelo Caetano, mas não posso ignorar a memória colectiva de um país que se transformou, um país que viveu a mais dura das ditaduras, com uma guerra colonial estapafúrdia, onde irmãos combatiam outros irmãos, um povo que vivia na miséria, em que os níveis de iliteracia batiam recordes, onde a educação e a saúde eram um privilégio para poucos, onde as mulheres eram constantemente discriminadas.

A religião não era livre, o laicismo era pecado, a orientação sexual era reprimida, as artes eram coartadas, a liberdade jornalística não existia, a modernidade e a urbanidade estavam nos antípodas da nossa imaginação.

A acção social era inexistente, confundia-se caridade com solidariedade, dos mais novos aos mais velhos tudo era misericordiosamente negado. O trabalho infantil era constante, a longevidade da nossa população não ultrapassava os 68 anos, os idosos morriam sem as mais elementares condições de salubridade.

A emigração era o encorajamento para fugir a um Portugal cinzento, ostracizado e retrogrado. Fugir à miséria, ao flagelo da guerra colonial, à opressão dos patronos que exploravam selvaticamente os seus operários, onde os direitos laborais estavam longe de estar consagrados. Foi através do assalto para terras como a França que homens deixavam os seus filhos e tudo o que de mais precioso tinham, para descrever esta triste sina, citaria Rosalia de Castro, com o cantar de emigração:

Este parte, aquele parte e todos, todos se vão

Galiza ficas sem homens que possam cortar teu pão

Tens em troca órfãos e órfãs, tens campos de solidão.

Tens mães que não têm filhos, filhos que não têm pai.

Coração que tens e sofre, longas ausências mortais.

Viúvas de vivos mortos, que ninguém consolará.

Hoje o país é outro, mas ainda longe da utopia de Abril, muito haverá por fazer, corrigir os erros, combater as assimetrias, decretar, orientar, planear, reformular uma administração mais eficaz e eficiente.

Há muito por fazer para que a coesão territorial possa efectivar-se, é certo, que hoje temos a esperança de um novo governo, mais sensível, mais ousado, mais justo e mais solidário… A austeridade foi substituída por equidade social, a obsessão dos números foi trocada por melhores níveis de emprego, as contas mostraram robustez e conseguiu-se um défice que surpreendeu tudo e todos, até os mais cépticos se calaram e os níveis de confiança dos portugueses registam valores positivos há muito inalcançáveis.

Cumprir Abril é respeitar a Constituição, respeitar os trabalhadores, os mais pobres e os menos protegidos. Porém, existem dois terços do território que esperam por mais oportunidades, por mais justiça fiscal, por mais atenção com aqueles que teimosamente resistem em viver no Interior deste País.
A criação da unidade de missão para a valorização do Interior, levada a cabo por este governo, com as suas 164 medidas, são um sinal, uma espécie de luz ao fundo do túnel, no entanto, é necessário mais e se hoje temos a reabertura de serviços que anteriormente foram sem critérios encerrados, podem transformar-se num baluarte para que as novas gerações possam querer investir e fixar-se neste território.

Mas é preciso, continuar a caminhar sem demagogias e populismos fáceis, aqueles que semeiam facilidades e mostram no radicalismo demagógico, o abutrismo do poder, irão certamente colher desilusões e fracassos, pois é inevitável que hoje as consciências cívicas estão despertas, atentas e informadas.

Se após a revolução, em tempos do PREC, foi necessário pôr em marcha a politica dos 3 D´s (Descolonizar, Democratizar e Desenvolver), hoje, no Interior do País, são necessários outros três D´s:
Devolver, Defender e Desenvolver.

Devolver a esperança e dinamismo ao Interior, através da Descentralização;

Defender a nossa identidade, os nossos costumes e os nossos produtos;

Desenvolver oportunidades de negócio e de economia;

Só assim é que será possível continuar o caminho que há 43 anos se iniciou. Só assim a equidade social se tornará efectiva.

Desde os meus 18 anos que neste dia uso o cravo na lapela, acordo com músicas de José Mário Branco, do Adriano Correia, do Zeca, do Sérgio Godinho e de tantos outros que nos ajudam a reviver esses tempos de esperança, que nos fazem acreditar num mundo melhor e num país mais próspero.
Mas hoje, não poderei deixar de registar que é um dia diferente, a minha filha Maria Francisca, com 5 anos, quis livremente vir assistir às cerimónias solenes do 25 de Abril, pois também ela já percebe que hoje é um dia de celebração, dia de cantar o “Somos Livres” (uma Gaivota voava, voava) que ela tão bem sabe desde os 2 anos. Este é o exercício que cabe a todos aqueles que não viveram a Revolução, tenham o sentido de recriar e de lembrar que valeu bem a pena, e chegados aqui, não podemos voltar para trás, por isso, vamos fazer o que ainda não foi feito.

Termino, com palavras de José Jorge Letria, para não esquecer que o 25 de Abril é o Dia da Liberdade:

Este dia é um canteiro
com flores todo o ano
e veleiros lá ao largo
navegando a todo o pano.
E assim se lembra outro dia febril
que em tempos mudou a história
numa madrugada de Abril,
quando os meninos de hoje
ainda não tinham nascido
e a nossa liberdade
era um fruto prometido, 
tantas vezes proibido,
que tinha o sabor secreto
da esperança e do afecto
e dos amigos todos juntos
debaixo do mesmo tecto.


Viva a Democracia, Viva a Mêda, Viva Portugal!

25 de Abril, Sempre!

  

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Contra Le Pen, marchar, marchar, marchar…


Contra Le Pen, marchar, marchar, marchar…

As eleições Presidenciais em França têm leituras para todos os gostos. A minha é que para quem queria que Marine Le Pen não passasse à segunda volta, teve um enorme amargo de boca. Os apoiantes de Fillon e Mélenchon, que esperavam que as empresas de sondagens estivessem erradas, tiveram uma enorme decepção.

Mas o que resta destas eleições? O que resta é que a França, uma vez mais, irá erguer-se perante o perigo de Le Pen, o seu antieuropeísmo, a xenofobia e anti-imigração, proporcionando a Macron a união dos “povos” de França e a sua eleição será certa.
Mas para todos os analistas políticos, que defendem o fim da social-democracia francesa, pronunciando-se sobre o início do fim do Partido Socialista Francês, desenganem-se, lembro-me que em 2012, quando Lionel Jospin não passou à segunda volta, muitos vaticinaram o fim ou o caos que nunca aconteceu.

Hamon pagou a factura de Hollande, e Macron descolou-se atempadamente de Valls. Isto são as tácticas que a política exige, para que o sucesso eleitoral não possa fugir. Mas para mim a politica sem a veracidade e a pureza humana é um péssimo exercício cívico, uma autêntica patranha sem interesse…  

É certo que os republicanos (gauleses) e socialistas estarão juntos na segunda volta, preparando a terceira e quarta ronda que são as próximas eleições legislativas e regionais.

Aos meus camaradas socialistas, que comparam o Partido Socialista Francês ao PASOK, ou ao PSOE, ou mesmo aos socialistas holandeses, quero relembrar que nas últimas eleições presidenciais, o único candidato socialista chamava-se Maria de Belém Roseira e teve uns míseros 4%. Poderão dizer que muitos socialistas apoiaram Sampaio da Nóvoa, certamente que em França houve muitos socialistas que votaram Macron, fazendo com que Hamon não tivesse chegado aos dois dígitos. O PS não acabou e hoje está mais robusto, sendo o partido que os portugueses mais confiam, mas isso teve um segredo, um líder forte (António Costa) com uma estratégia de quebrar tabus e retirar a austeridade do léxico político português.

A social-democracia está em crise, o populismo e o extremismo ganham escala, mas são momentos como estes que nos fazem acreditar que o socialismo democrático é o melhor para todos os males…

Vive la Liberté, Égalité e la Fraternité!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Vacina-te contra a generalidade!!!

Sobre a novela da Jovem que morreu com o Sarampo, apraz-me dizer que viver em democracia, possibilita que todos os cidadãos tenham o direito à sua opinião, mas isso, não invalida, que não tenham o dever de pensar e ponderar no que dizem… 
Lembro-me que no primeiro caso de estudo, de análise psicológica que tive na faculdade, em que relatava um caso traumatizante de uma família que tinha perdido um filho, porque lhe tinha sido administrada uma vacina “estragada” e por essa razão não queriam que ao filho, recém-nascido, lhe fosse administrada qualquer vacina! 
A vida faz-nos generalizar e, por vezes, confundir ou ignorar que um caso é um caso. A Prudência é amiga e boa conselheira! Haja saúde pública e pudica! Vamos opinar menos e fazer mais! Não se esqueçam que aqueles pais devem estar num profundo sofrimento... 

sábado, 25 de março de 2017

Outros Futebóis...

Quando o futebol era a preto e branco... 



(Avô Joaquim Heitor - Sportinguista- e Zeca Carvalho - Portista). 

terça-feira, 21 de março de 2017

Hoje é dia da Poesia

Até Amanhã

Sei agora como nasceu a alegria
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é um diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
Para que tu as ames comigo:
A juventude, o vento e as areias.


Em “Até Amanhã” de Eugénio de Andrade

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O Senhor do Adeus

Quando em 1998 fui viver para Lisboa na minha rotina diária/académica passava pela Avenida do Restelo em direcção à Avenida da Torre de Belém, nesse cruzamento, via ao final da tarde um Senhor de óculos pretos e de cabelos brancos que acenava constantemente, dizia Adeus a todos que por lá passavam.

Não sei o porquê, mas sempre que por lá passava, quase sempre o via, dizia eu para os meus botões: “Boa Tarde Sr. Woody Allen do Restelo!”. Longe de imaginar que esta personagem gostava de cinema.
Passados alguns anos, passei a vê-lo, diariamente junto ao Saldanha! Deixei Lisboa em 2010 e nunca mais o vi! Soube recentemente que também em 2010 o Senhor do Adeus, nos tinha deixado, talvez a “A Deus” se tenha entregado.

O Senhor do Adeus” chamava-se João Manuel Serra. Pelo que parece não era pintor, músico, escritor, nem poeta e muito menos homem de grandes paixões… Porém, toda a gente o conhecia e, mais importante do que isso, toda a gente o adorava. Quem passava pelo Saldanha, encontrava um homem que combatia a solidão com a doçura de dizer adeus.


Assim ficou conhecido. Parabéns aos Lisboetas que ontem souberam o homenagear e pelo que parece até uma lápide, foi colocada no Saldanha, na zona onde habitualmente acenava aos automobilistas.


Um homem vulgar que ficará na memória de muitos. Quando a simplicidade é contagiante nas nossas vidas, ou como escreveu Fénelon “ A simplicidade é uma rectidão da alma que corta qualquer volta inútil sobre si mesma e sobre as suas acções.”, os pequenos nadas tornam-se enormes!



sábado, 7 de janeiro de 2017

Bem-haja Camarada Soares


Acabei de saber que o Dr. Mário Soares faleceu. A notícia não me causa surpresa uma vez que o seu estado de saúde há muito que anunciava este fim terrestre. A sua vida foi controversa, mas de uma entrega única à causa pública.

Soares começou por lutar contra o fascismo para, de seguida, impedir uma outra ditadura (comunismo). Foi com ele que este país estabilizou e foi ele que permitiu e proporcionou o exercício da democracia no nosso país.

Soares abriu-nos as portas da Europa e varreu um país atrasado e ostracizado!

Com ele aprendemos a não ter medo, a sua luta foi constante e, mesmo nas derrotas, mostrou que vale sempre a pena lutar!

Nos últimos anos da sua vida alertou para os novos perigos do país e do mundo.

Nas entranhas de tudo isto, Soares, foi um estadista, um democrata, um combatente.

“Soares é Socialista, Republicano e Laico.”

Soares é fixe! Soares é eterno!

Bem-haja Camarada!