Contra Le Pen, marchar, marchar,
marchar…
As eleições Presidenciais em
França têm leituras para todos os gostos. A minha é que para quem queria que Marine
Le Pen não passasse à segunda volta, teve um enorme amargo de boca. Os apoiantes
de Fillon e Mélenchon, que esperavam que as empresas de sondagens estivessem
erradas, tiveram uma enorme decepção.
Mas o que resta destas eleições? O
que resta é que a França, uma vez mais, irá erguer-se perante o perigo de Le
Pen, o seu antieuropeísmo, a xenofobia e anti-imigração, proporcionando a
Macron a união dos “povos” de França e a sua eleição será certa.
Mas para todos os analistas políticos,
que defendem o fim da social-democracia francesa, pronunciando-se sobre o início
do fim do Partido Socialista Francês, desenganem-se, lembro-me que em 2012,
quando Lionel Jospin não passou à segunda volta, muitos vaticinaram o fim ou o
caos que nunca aconteceu.
Hamon pagou a factura de Hollande,
e Macron descolou-se atempadamente de Valls. Isto são as tácticas que a política
exige, para que o sucesso eleitoral não possa fugir. Mas para mim a politica
sem a veracidade e a pureza humana é um péssimo exercício cívico, uma autêntica
patranha sem interesse…
É certo que os republicanos
(gauleses) e socialistas estarão juntos na segunda volta, preparando a terceira
e quarta ronda que são as próximas eleições legislativas e regionais.
Aos meus camaradas socialistas,
que comparam o Partido Socialista Francês ao PASOK, ou ao PSOE, ou mesmo aos socialistas
holandeses, quero relembrar que nas últimas eleições presidenciais, o único
candidato socialista chamava-se Maria de Belém Roseira e teve uns míseros 4%. Poderão
dizer que muitos socialistas apoiaram Sampaio da Nóvoa, certamente que em
França houve muitos socialistas que votaram Macron, fazendo com que Hamon não tivesse
chegado aos dois dígitos. O PS não acabou e hoje está mais robusto, sendo o
partido que os portugueses mais confiam, mas isso teve um segredo, um líder forte
(António Costa) com uma estratégia de quebrar tabus e retirar a austeridade do léxico
político português.
A social-democracia está em
crise, o populismo e o extremismo ganham escala, mas são momentos como estes
que nos fazem acreditar que o socialismo democrático é o melhor para todos os
males…
Vive la Liberté, Égalité e la
Fraternité!
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