segunda-feira, 24 de abril de 2017

Contra Le Pen, marchar, marchar, marchar…


Contra Le Pen, marchar, marchar, marchar…

As eleições Presidenciais em França têm leituras para todos os gostos. A minha é que para quem queria que Marine Le Pen não passasse à segunda volta, teve um enorme amargo de boca. Os apoiantes de Fillon e Mélenchon, que esperavam que as empresas de sondagens estivessem erradas, tiveram uma enorme decepção.

Mas o que resta destas eleições? O que resta é que a França, uma vez mais, irá erguer-se perante o perigo de Le Pen, o seu antieuropeísmo, a xenofobia e anti-imigração, proporcionando a Macron a união dos “povos” de França e a sua eleição será certa.
Mas para todos os analistas políticos, que defendem o fim da social-democracia francesa, pronunciando-se sobre o início do fim do Partido Socialista Francês, desenganem-se, lembro-me que em 2012, quando Lionel Jospin não passou à segunda volta, muitos vaticinaram o fim ou o caos que nunca aconteceu.

Hamon pagou a factura de Hollande, e Macron descolou-se atempadamente de Valls. Isto são as tácticas que a política exige, para que o sucesso eleitoral não possa fugir. Mas para mim a politica sem a veracidade e a pureza humana é um péssimo exercício cívico, uma autêntica patranha sem interesse…  

É certo que os republicanos (gauleses) e socialistas estarão juntos na segunda volta, preparando a terceira e quarta ronda que são as próximas eleições legislativas e regionais.

Aos meus camaradas socialistas, que comparam o Partido Socialista Francês ao PASOK, ou ao PSOE, ou mesmo aos socialistas holandeses, quero relembrar que nas últimas eleições presidenciais, o único candidato socialista chamava-se Maria de Belém Roseira e teve uns míseros 4%. Poderão dizer que muitos socialistas apoiaram Sampaio da Nóvoa, certamente que em França houve muitos socialistas que votaram Macron, fazendo com que Hamon não tivesse chegado aos dois dígitos. O PS não acabou e hoje está mais robusto, sendo o partido que os portugueses mais confiam, mas isso teve um segredo, um líder forte (António Costa) com uma estratégia de quebrar tabus e retirar a austeridade do léxico político português.

A social-democracia está em crise, o populismo e o extremismo ganham escala, mas são momentos como estes que nos fazem acreditar que o socialismo democrático é o melhor para todos os males…

Vive la Liberté, Égalité e la Fraternité!

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