quinta-feira, 26 de julho de 2012

O que pode fazer um governo socialista de diferente...

O que pode fazer um governo socialista de diferente, que o distinga de outros governos (ultra-liberais). Haverá um outro caminho, uma outra estratégia que, em tempos tão adversos, permita alavancar a economia e criar riqueza...

Passado um ano da queda de um governo legitimamente eleito, porque não era então possível exigir mais austeridade aos portugueses, ipsis verbis do então líder da oposição (Passos Coelho). E depois de mais uma temporada de promessas eleitorais, eis que a avaliação à qual poderemos submeter este governo é óbvia: falhou, escolheu os piores caminhos, pelo que a consequência desse autismo governativo é a vida dos portugueses que está cada vez pior: mais desemprego, mais pobreza, menos cidadania, menos protecção social e um desinteresse ”galopante” dos cidadãos em relação à classe politica.

Dizer-se que os políticos são todos iguais e que não há diferenças nas lateralidades é um erro perigoso, há até quem julgue que já não é possível governar à esquerda, uma vez que os banqueiros e especuladores económicos serão aqueles que ditam as regras. Nunca foi tão visível, os senhores da Goldman Sachs serem chamados a orientar os destinos de alguns países, que eles próprios ajudaram a colapsar. Por vezes a análise política é demasiada “aligeirada” e isso poderá conduzir a um descontrolo social com consequências nefastas.
Provavelmente, nas últimas décadas, nunca foram tão evidentes as diferenças ideológicas que compõem o espectro partidário. Um belo exemplo de que o socialismo democrático faz falta ao Mundo e sobretudo a uma Europa imóvel, letárgica e incapaz de dar sinais de arranque é o já fenómeno, Hollande. Assim e a pouco mais de dois meses de liderar os destinos dos gauleses, o seu cunho é já patente e bem diferente de Sarkozy, de tal modo que a Sr.ª Merkel tem tido dificuldade em impor a sua agenda austera e de “insensibilidade ariana” com os demais parceiros europeus.
 
Alguns exemplos ajudar-nos-ão a compreender que as decisões e as estratégias de cada líder poderão criar factores diferenciadores, permitindo aos seus cidadãos uma vida melhor, de incentivo ao crescimento económico de forma a ser possível apoiar os mais vulneráveis e os mais desfavorecidos, capaz de acordar um país, uma Europa e o Mundo, contrariando o pessimismo dos “agiotas económicos” que não são mais do que os grandes promotores e profetas da desgraça.   
 
Pois bem, o sr. Hollande em funções há pouco mais de 60 dias, entre as muitas medidas tomadas, gostaria de destacar:
- Elaborou um documento (12 linhas) para todas as agências de estado dependentes da administração central em que comunica a supressão dos veículos de empresa desafiando com “frases” os altos funcionários, como se um executivo que ganha 650.000 euros ano, não se pode dar ao luxo de comprar um carro bom com seus próprios rendimentos do trabalho. Isso significa que é demasiado ambicioso, é estúpido, ou que é desonesto. O país não precisa destes tristes regalias. Touchè. Fora com a Peugeot e com a Citroen? O que é certo, é que a sua intervenção permitiu salvar postos de trabalho. 345 Milhões de euros serão transferidos para a criação (abertura de 15 de agosto de 2012) em alta tecnologia avançada de 175 institutos de investigação científica, assumindo a contratação de 2560 desempregados jovens cientistas para aumentar a competitividade e a produtividade da nação.
- 100 carros oficiais foram removidos e leiloados, aproveitando este valor para o fundo de previdência  tendo sido distribuído para as regiões com o maior número de centros urbanos com os subúrbios ruinosos.

 

- Ele tem abolido o conceito de paraíso fiscal (definido socialmente imoral) e um decreto presidencial de urgência pela fixação de uma percentagem do aumento na tributação para todas as famílias que ganhem mais de 5 milhões de euros por ano. Com esse dinheiro (mantendo assim o pacto fiscal) sem afectar o orçamento de estado, contratou 59.870 licenciados desempregados, dos quais 6.900 a partir de 1 de julho de 2012 e, em seguida, outros 12.500 a partir de 1 de Setembro, como Professores no ensino público.

 

- Ele privou os subsídios do estado da Igreja de 2,30 milhões de euros financiados exclusivas escolas particulares, e lançou-se (com dinheiro) um plano para a construção de 4.500 jardins-de-infância e 3.700 de ensino, infra-estruturas nacionais a partir de um investimento do plano de recuperação.
- Estabeleceu o conceito presidencial “bono-cultura”, um mecanismo que permite a qualquer pessoa pagar zero impostos se constituir como uma cooperativa e abrir uma livraria independente de contratação de pelo menos dois graduados desempregados na lista de desempregados, a fim de economizar dinheiro para as despesas públicas e fazer uma contribuição mínima para o emprego e para o relançamento de novas posições sociais.

 

- Aboliu todos os subsídios do governo para revistas, fundações e editores, substituindo-os por comités de estado de empresários que financiarem actividades culturais com base na apresentação de planos de negócios relacionados a estratégias de marketing avançadas.
 -Lançou um procedimento muito complexo em que bancos oferecem uma opção (sem impostos): desde empréstimos a empresas francesas que produzem bens recebe benefícios fiscais, oferecendo instrumentos financeiros pagos a uma taxa adicional: take it or leave it.

 

- Reduziu os salários de todos os funcionários do governo. Reduziu 32 e 40% a todos os membros do Estado, altos funcionários, que ganham mais de 800 000€ por ano. Com essa quantidade (cerca de 4 milhões de euros), que estabeleceu um fundo que oferece garantias às mães solteiras um bem-estar em condições financeiras difíceis, garantindo um salário por um período de cinco anos até que seu filho vai para a escola primária e três anos se a criança é maior. Tudo isso sem alterar o equilíbrio do orçamento.
O Presidente francês, François Hollande, reduziu o seu salário e a todo o novo executivo em 30%. (Quando Sarkozy chegou ao poder em 2007, uma das primeiras medidas tomadas foi aumentar o salário, cerca de 170%.). Hollande fez com que o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, em vez de receber 21.300 euros, receba 14.910 euros por mês.

 

Por outro lado, o salário bruto de 34 gestores departamentais passaram de 14.200 euros por mês para 9.940€.
O resultado destas e de outras medidas de Hollande são surpreendentes! A propagação dos bunds alemãs caíram, e não é pura magia. A inflação não aumentou. A competitividade da produtividade nacional aumentou no mês de Junho pela primeira vez em três anos.

 

Será que Hollande é um génio da economia? Ou, simplesmente, um homem com bom senso e que arrasa com as brejeirices que “todos os políticos são iguais...”.
Há quem se esteja a “lixar” para as eleições ou até mesmo para quem os elegeu, porém há quem governe para que as pessoas possam viver melhor e assim se conclua que é possível governar melhor.

terça-feira, 3 de julho de 2012

A geração que quer tirar o socialismo da gaveta!



Porque ainda existem socialistas dentro do actual Partido Socialista, que serão capazes de transformar o próprio PS e o país, em torno de melhores políticas, projectos e ideias que se enquadrem n o nosso ideário, de acordo com a matriz ideológica do socialismo democrático...Eu também acredito na minha geração e num conjunto de camaradas preparados e capazes de tirar o socialismo da gaveta, ou de o afastar de meia dúzia de patronos que até das próprias sombras têm medo.
Acredito em pessoas, acredito em ideias e porque não gosto de ver aqueles (situacionista) que ficam à espera de ver qual o comboio que tem mais gente...
Já agora, aproveito para que os moços de mão e de recados levem esta publicação a quem gostam de engraxar. Eu também estou nesta...podem-se bufar!!!!
 PS- sugestão de leitura para os próximos tempos (Ensaio da Lucidez – Saramago)