quinta-feira, 6 de outubro de 2016

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O momento!

"Ninguém morre de véspera"
de Seixas da Costa

Regressemos ao final de 2015, ao momento em que António Costa surpreendeu o país com o acordo parlamentar que proporcionou a "geringonça" que nos tem governado. Lembremo-nos do tom patibular de Cavaco Silva, da deselegância política com que reagiu ao entendimento parlamentar que reconduziu a esquerda ao poder. Recordemos o "roadshow" revanchista que a antiga maioria promoveu pelo país, tentando incendiá-lo politicamente contra a nova solução governativa. Elenquemos as "cassandras" (nas quais me incluo) que davam por certa a incompatibilidade entre socialistas e os companheiros da "frente popular". Tenhamos presente as previsões que garantiam que Bruxelas, que detesta ver a "esquerda da esquerda" perto do poder, iria fazer vergar o primeiro orçamento, esmagar com sanções o défice herdado dos seus "amigos" e criar uma guerrilha permanente que transformasse este num verão em que do calor não resultassem só incêndios. E quantos não foram, à pressa, reler a detestada Constituição, tentando perceber os meses que faltariam para que o futuro presidente de direita dissolvesse o Parlamento, convocasse eleições e retornasse os seus ao poder?

O futuro é sempre mais imaginativo do que os homens. A maioria, embora sacudida pela chantagem do sindicalismo paleolítico e por umas flores legislativas "fraturantes" que a sua natureza obrigou a adotar, demonstrou uma inesperada capacidade para trabalhar em conjunto. Com maior ou menor esforço e sucesso, ultrapassou algumas crises, como a dos contratos de associação com o ensino privado, polémicas de conjuntura, como a demissão de João Soares ou os governantes "voadores", ou ratoeiras herdadas do passado, como o Banif ou a Caixa.

A crise das (não) sanções acabou por gerar um momento de indignação nacional, que atrapalhou a oposição e colocou o país atrás de António Costa. O Euro futebolístico acabou por reforçar o otimismo com que o sorriso do primeiro-ministro tem vindo a acalmar um país que, em boa medida, viveu estes meses num surto de alguma esperança, de recuperação de rendimentos e de uma "oxigenação" salutar do seu quotidiano.

Seria de uma grande injustiça não pôr também a crédito do novo presidente da República uma fatia importante da descrispação que o país atravessa. Mas não nos iludamos. Por muito boa vontade que Rebelo de Sousa pudesse ter, se tudo se tivesse desconjuntado, por exemplo, em matéria de finanças europeias, as coisas não estariam como estão.

Em perspetiva, há que convir que a "geringonça" soube ultrapassar os grandes testes com que foi confrontada. Até ver, a avaliar pela nervoseira raivosa que provoca nos seus opositores, saiu "melhor do que a encomenda". O futuro? É só amanhã! Ninguém morre de véspera.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Na terra do Trump(a)...

Esta história aconteceu em Charlotte, na Carolina do Norte.

Um advogado comprou uma caixa de 24 charutos muito raros e caros, e segurou-os contra todos os riscos, incluindo … INCÊNDIO !

Passado um mês, e depois de ter fumado todo o stock dos tais maravilhosos charutos, o advogado apresentou à companhia de seguros um pedido de indemnização, alegando que os seus charutos tinham sido “destruídos numa série de pequenos incêndios”.

A companhia de seguros recusou-se a pagar, alegando a razão óbvia que o senhor tinha consumido os charutos pela forma habitual e a que eles se destinam.

O advogado instaurou um processo contra a companhia de seguros, e GANHOU!!! Na sentença, o juiz concordou com a alegação de “falta de seriedade da queixa” aduzida pela companhia de seguros; mas apesar disso considerou que o advogado era titular de uma apólice, na qual se garantia que os charutos era seguráveis, e também se garantia que ficava seguro contra incêndios – sem definir o que razoavelmente deva ser considerado como tal (como seria o caso de os charutos serem fumados) e condenou a companhia a pagar a indemnização pedida.

Em vez de perder tempo e dinheiro com recursos caros, a companhia de seguros decidiu aceitar a sentença e pagou ao advogado 15.000 dólares, a título de prejuízo sofrido pela perda dos seus charutos “numa série de pequenos incêndios”.

AGORA VEM O MELHOR…

Depois de o advogado ter recebido o dinheiro, a companhia de seguros fê-lo prender preventivamente por acusação de 24 FOGOS POSTOS!!!

Com base na prova constante da alegação do próprio advogado e coligida no processo por ele intentado, o advogado foi considerado culpado de ter intencionalmente incendiado a propriedade segura – e condenado a 24 meses de prisão, e multa de 24.000 dólares !!!

No ano seguinte, esta história, que é real, ganhou o primeiro prémio no “Concurso de Advocacia Criminal”

domingo, 29 de maio de 2016

Contra os agiotas da desgraça, marchar, marchar, marchar!

Ao olhar para o passado somos todos muito inteligentes, é assim que observo os profetas/visionários políticos de direita que desvalorizam actualmente as medidas levadas a cabo por este governo, nomeadamente a reabertura de serviços encerrados por estes no Interior do país!

A “eureca” desses agiotas é desvalorizar o que o governo está fazer, mas questiono, quando eram poder o que fizeram… Lutaram? Contestaram? Manifestaram-se? Insurgiram-se?
A Resposta é BOLA (zero).

Essas personagens, que nada fizeram para contrariar o ostracismo e abandono do anterior governo em relação ao nosso distrito, vêm agora dizer que este serviço deveria e/ou poderia ter mais aquela ou outra valência. No fundo, observamos uma atitude de puro descaramento e falta de pudor.

Sabendo que o bom é inimigo do óptimo e também que o perfeito é um exercício de excelência, quase sempre inatingível, poder-se-iam discutir modelos de funcionamento e de competências. Mas tal só seria possível se o critério de encerramento não fosse o de uma autêntica cegueira partidária de quem quis ir para além da troika…

Havia ainda aqueles neófitos políticos, que insistem em continuar a cultivar uma linguagem de cafeteira, garantindo aos seus lacaios que isto com eles era diferente: Conseguiam mudar o mundo, conseguiam fazer melhor, conseguiriam irrevogavelmente construir um admirável mundo novo para as nossas terras!

Para esses, que na política só sabem desconstruir e que não apostam no seu sucesso, mas sim, no fracasso do governo! E que mês, após mês, semana após semana esperam o insucesso governamental, mostram e revelam o desnorte que se lhes instalou!
Para eles o importante e fundamental é saciar o umbigo, de pouco importa a vida das pessoas, sobretudo daquelas que não vivem à conta de la carte! 

A Geringonça devolveu serviços às terras do Interior, dando um sinal que contraria a triste tendência de que "tudo o que se fecha, jamais se abre".

É bom que ao fim de seis meses da liderança socialista, haja sinais de compromisso com uma Unidade de Missão para a valorização do nosso território, que finalmente se refaça justiça (Tribunais) com as nossas populações e que se alterem as Portagens de esperança, em quem resiste, e que por cá quer ficar!


Para isso, é necessário dar (à) Costa confiança de continuar a defender o que é (Serviço) Público e tudo começa na Educação! Haja Saúde!

terça-feira, 17 de maio de 2016

Então e o povo pá?

Um texto de Carlos Barbosa de Oliveira, que reflecte bem, o país que temos e o conformismo inerente. Aqui fica:
Lembram-se da aliança Povo/MFA? E do "Povo Unido Jamais será vencido?"

Neste 25 de Abril andei a procurar esse povo. 

Durante a procura lembrei-me de uma pergunta que há tempos me fizeram na caixa de comentários. Em tom crítico perguntavam-me:

Então e o povo pá?

Quis dar uma resposta, mas reparei que me faltavam alguns esclarecimentos.

Optei, por isso, por colocar algumas questões aos leitores, na expectativa de os esclarecimentos que me vierem a ser facultados me permitirem responder cabalmente a quem me interpelou:

Então, começo por perguntar:

Qual povo, pá?

O que votou duas vezes em Cavaco, sabendo que ele tinha entre o seu círculo de amigos um grupo de criminosos, responsáveis por parte da crise em que o país mergulhou?

O que viu os salários reduzidos, a pensão de reforma do pai amputada e o subsídio de desemprego da mulher terminado ao fim de seis meses e depois foi votar PSD para que tudo continue na mesma?

O que vota sempre no mesmo partido, como se fosse um clube de futebol?

O que recebe o RSI mas depois vota no CDS, ignorando que foi esse partido que mais tentou impedir que lhe fosse concedido esse direito?

O que diz que precisamos de dez Salazares para salvar o país?

O que afirma convictamente que vivíamos melhor no tempo do Salazar?

O que em dia de eleições prefere ficar na praia a ver o por do sol, em vez de votar?

O que se marimba para os referendos?

O que culpa os políticos por todos os males do país, mas não participa na vida cívica?

O que prefere ficar em casa a ver as manifs pela televisão a sair à rua?

O que acha a política uma chatice?

O que diz a culpa de tudo isto foi do Sócrates?

O que prefere manter-se desinformado, lamentar-se da vida e penitenciar-se dizendo que a culpa é dos corruptos, mas depois não pede a fatura ao eletricista, para não ter de pagar IVA?

O que prefere os saldos do Pingo Doce à manif do 1º de Maio?

O que acusa de malandros os que recebem o subsídio de desemprego?

O que pensa que os problemas do país se resolviam despedindo milhares de funcionários públicos que andam a coçar o cu pelas esquinas, mas mete uma cunha a um amigo para arranjar um biscate ao filho lá na Direcção Geral?

O que diz cobras e lagartos do SNS, mas corre para as urgências dos hospitais públicos assim que dá um espirro e protesta por ter de esperar duas horas para ser atendido?

O que acusa a polícia de nunca estar onde é preciso e depois diz que há polícias a mais?

O que se queixa da falta de civismo dos outros, mas estaciona o carro em cima de uma passadeira, numa curva, em segunda fila ou em cima do passeio?

O que ameaça um funcionário das finanças (ou passa mesmo à agressão) porque está revoltado com o montante do imposto que lhe foi cobrado?

O que diz que em Portugal só quem trabalha é que paga impostos, mas quando no restaurante lhe perguntam se quer factura, diz que não?

Bem, pá, parece que esse povo está porreiro. Continua a lamentar a situação do país, mas pensa que não há solução enquanto os velhos não morrerem e os funcionários públicos continuarem a ter uma carrada de privilégios - que não sabe exactamente quais são mas de que já ouviu falar. 

Por tudo isso, baixa os braços e fica à espera que a crise passe. E se no dia das eleições não tiver mais nada que fazer, lá vai votar nas cores do partido de que é adepto.

Eh pá, lamento muito, mas para esse povo não tenho pachorra!

Ou, parafraseando a Helena Vaz da Silva, por esse povo não faço Puten! A não ser, quiçá, o gesto do Bordalo...

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Sporting... Sempre!

Amigos benfiquistas querem saber:

Se tomei Kompensan? 
Se estou com um melão?
Se estou irritado?

NÃO!

Estou orgulhoso da época que o Sporting fez. Foi sem qualquer mácula a melhor equipa deste campeonato. Jogou o melhor futebol.

Liderou mais jornadas;

Foi a equipa com menos golos sofridos;

Foi a equipa que perdeu menos vezes; contra os seus rivais, ganhou todos os jogos, excepto aquele em que jogou contra um autocarro, contra uma equipa que apenas fez um remate em todo o jogo;

Fomos ao Dragão e ganhamos por 3-1, fomos à Luz enfiamos 3 sem resposta, fomos a Braga marcámos 4 sem resposta! Somatório (10-1)! Quatro vezes que jogamos com SLB, ganhamos 3! Duas contra FCP, duas vitórias!

Perdemos o campeonato, porque fomos displicentes com os Tondelas e com os Uniões da Madeira. Para os mais letrados, lembro-lhes que pelo método antigo (vitória2 pontos) éramos campeões.

Porque valorizamos o plantel, porque somos o clube que mais jogadores levamos à selecção; porque temos a melhor formação, porque somos novamente temidos e porque estamos abanar o sistema!

Por tudo isto sou do Sporting.

Estou contente e não me importo de ganhar campeonatos de quando em quando, mas quero ganhar de forma inequívoca e limpa, sem fruta, sem túneis, sem colinho e sem vouchers!

Ser do Sporting não se explica sente-se! E isso, não é para todos! 

Viva o Sporting!

PS - E aos meus amigos Sportinguistas, quero lembrar que prefiro este Sporting, do que o Sporting submisso dos Bettencourt, Godinhos e companhia…

segunda-feira, 9 de maio de 2016

DILMA


O Sistema politico brasileiro tem de tudo, como observamos há uns dias atrás, ou melhor dizendo, tem o pior que a politica pode ter: LAMA! 

Tem um Sistema Capitalista sustentado em "brutais" concentração de capital, nas mãos de corruptos, escondidos em offshores. Nas mãos de poucos com muito dinheiro para controlar e condicionarem a vida de todos aqueles que vivem do rendimentos do seu trabalho.

No meio desta obscuridade era importante reflectir sobre o artigo " E se Dilma..." de Francisco Costa.

E se Dilma tivesse vendido uma estatal, avaliada em mais de 100 bilhões, por 3,6 bilhões, como FHC(PSDB) fez com a Cia Vale do Rio Doce?

E se Dilma tivesse construído dois aeroportos, com dinheiro público, em fazendas da família, como fez Aécio Neves(PSDB)?

E se Dilma estivesse na lista de Furnas, junto com FHC, Geraldo Alkimin, José Serra, Aécio Neves (todos do PSDB)… Entre outros?

E se Dilma estivesse acusada de receber propinas da Petrobrás, como Aloysio Nunes(PSDB)?

E se Dilma estivesse sendo processada no STF, por ter recebido propinas da empreiteira OAS e ter achacado o Detran do seu estado, em um milhão de reais, como Agripino Maia(Dem)?

E se Dilma tivesse sido denunciada como beneficiária do contraventor Cachoeirinha, além de estar sendo processada, por exploração de trabalho escravo, em sua fazenda, como Ronaldo Caiado(Dem)?

E se Dilma estivesse sendo investigada na Operação Zelotes, por ter sonegado 1,8 milhão de reais e corrompido funcionários públicos, para que essa dívida sumisse do sistema da Receita Federal, como Nardes(Conselheiro do TCU, ligado ao PSDB)?

E se Dilma tivesse sido manchete de capa no New York Times, por suspeição de narcotráfico internacional, o que gerasse diversas reportagens na televisão norte americana, agentes do DEA, Departamento Anti Drogas, dos Estados Unidos, tivessem vindo ao Brasil, para investigá-la, e um helicóptero com quase meia tonelada de pasta de cocaína fosse apreendido em uma fazenda de amigo pessoal e sócio dela, em negócios não muito claros, como Aécio Neves(PSDB)?

E se a filha da Dilma fosse assessora do presidente da CPI da Petrobrás e lobista junto a Nardes, um conselheiro do TCU, e tivesse uma conta secreta no HSBC suíço, por onde passaram milhões de dólares, como Daniele Cunha, a filha de Eduardo Cunha(PMDB)?

E se Dilma tivesse sido presa em 2004, por fraude em licitação de grandes obras, no Amapá, e tivesse sido condenada por corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, como Flexa Ribeiro(PSDB)?

E se Dilma, quando prefeita de Salvador, tivesse sumido com 166 milhões das obras do Metrô, como Antônio Imbassay(PSDB)?

E se a filha da Dilma tivesse tido um único emprego, de assessora da mãe, e a revista Forbes a colocasse como detentora de um das maiores fortunas brasileiras, caso do Serra(PSDB) e sua filhinha?

E se Dilma tivesse 18 processos por corrupção, como José Serra(PSDB)?

E se Dilma tivesse 22 processos por corrupção, como Eduardo Cunha(PMDB)?

E se Dilma tivesse dado dois Habeas Corpus, em menos de 48 horas, a um banqueiro que lesou o sistema financeiro nacional, para que ele fugisse do país; desse um Habeas Corpus a um médico que dopava a suas clientes e as estuprava (foram 37 as acusadoras), para que ele fugisse para o Líbano; se fizesse uso sistemático de aviões do senador cassado, por corrupção, Demóstenes Torres(Dem); se tivesse votado contra a Lei da Ficha Limpa por entender que tornar inelegível um ladrão é uma “atitude nazi-fascista”(sic), tendo a família envolvida em grilagem de terras indígenas, como Gilmar Mendes (Ministro do STF)?

E se Dilma colocasse sob sigilo, por 25 anos, as contabilidades da Petrobras, Banco do Brasil e BNDES, como Geraldo Alkimin(PSDB) colocou as do Sistema Ferroviário paulista, das Sabesp e da Polícia Militar, após se iniciarem investigações da Polícia Federal, apontando desvios de muitos milhões?

E se Dilma tivesse sido governadora e, como tal, cassada, por conta de compra de votos na campanha eleitoral, corrupção e caixa dois. Como Cássio Cunha Lima(PSDB)?

E se Dilma, em sociedade com Mário Covas(PSDB) tivesse comprado uma enorme fazenda no município mineiro de Buritis, em pleno mandato, e recebesse um aeroporto de presente, construído gratuitamente, de uma empreiteira, constatando-se depois que foi essa empreiteira a que mais ganhou licitações no governo FHC(PSDB), sócio de Covas?

E se Dilma declarasse à Receita Federal e ao TRE ter um patrimônio de 1,5 milhão e a sua filha entrasse na justiça, reclamando os seus direitos sobre 16 milhões, só parte do seu patrimônio, como aconteceu com Álvaro Dias(PSDB)?

E se Dilma estivesse sendo acusada de ter recebido 250 mil de uma empreiteira, na Operação Lava Jato, como Carlos Sampaio(PSDB)?

E se Dilma tivesse comprado um apartamento no bairro mais nobre de Paris e, dividindo-se o valor do imóvel pelos seus rendimentos, se constatasse que ela teria que ter presidido este país por quase trezentos para tê-lo comprado, caso de FHC(PSDB)?

E se Dilma fosse proprietária da maior rede de televisão do país, devendo quase um bilhão de impostos e mais dois bilhões no sistema financeiro, e tivesse o compromisso de proteger corruptos e derrubar a presidente, em troca do perdão da dívida com o fisco e financiamento do BNDES, para quitar as dívidas da empresa, como no passado, caso dos irmãos Marinho, proprietários da Rede Globo de Televisão?

E se Dilma tivesse sido denunciada seis vezes, por seis delatores diferentes, na operação Lava Jato, e fossem encontradas quatro contas suas, secretas, na Suíça, alimentadas por 23 outras contas, em paraísos fiscais, e o dinheiro tivesse sido bloqueado pelo Ministério público suíço, por entendê-lo fruto de fonte escusa, e tivesse mandado toda a documentação para o Brasil, com a assinatura dela, como aconteceu com Eduardo Cunha(PMDB)?

Certamente Dilma, investigada noite e dia, em todas as instâncias, sem um indiciamento, sem sequer evidências de crimes, no dizer do promotor da Lava Jato e de um dos advogados dos réus, “uma mulher honrada”, não estaria com os citados pedindo o seu impeachment.

O seu crime? Chegou o dia de pagar os carentes do Bolsa família e o tesouro não tinha dinheiro. A Caixa Econômica Federal pagou e recebeu três dias depois. Isto é pedalada e por isso todos os citados acima a querem fora do governo.

Porque é desonesta ou porque é um risco para os desonestos?

Para apressar a tramitação dos processos em curso ou para arquivá-los?

segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 de Abril. Sempre! "Vamos fazer o que ainda não foi feito!"


Intervenção na Sessão Solene da Câmara Municipal de Mêda
 Comemorações do 25 de Abril – (25.04.2016)



Quarenta e dois anos depois da Revolução de Abril!

E agora? Onde Estamos e para onde vamos? Estas são as questões que nos devem inquietar, mas não menos importante é recordar o ponto de partida. Sabermos de onde viemos, em que país vivíamos em 1974. Que país era esse, que circunstâncias eram essas… Há quem possa ficar preso à história e ficar apeado ao passado, a ignorância ou mesmo o desprezo de não queremos saber de onde viemos, por vezes, faz-nos caminhar para recriar uma velha história com um final nefasto!

Mas falar de Abril é falar de ruptura, de revolução entre dois mundos… De um país cinzento, sem oportunidades, de um Portugal onde não havia o mais elementar de uma sociedade: DEMOCRACIA! Esse mesmo país que mandava os seus jovens para Ultramar com uma arma na mão para lutar numa guerra fratricida, de mães que viam os seus filhos partirem para não os verem mais regressar. 
Vivíamos numa redoma onde se cultivava a narrativa do “Orgulhosamente sós”. Um país onde o analfabetismo era norma, onde não havia direito à Saúde, onde os índices de pobreza eram enormes, onde a miséria era o “Pão-nosso de cada dia!”, um país que não permitia o laicismo, que promovia a discriminação de género, onde as mulheres eram submissas a uma sociedade patriarcal, onde o direito ao voto era somente para alguns. Um Portugal que não apostava na ciência e muito menos na investigação. Um país com uma agricultura rudimentar e arcaica, um país isolado do resto da Europa. Com uma enorme exploração infantil no mundo laboral. Um Portugal sem glória, sem esperança, uma nação a definhar.

Mas foi com a Revolução militar, ao comando dos capitães de Abril, que “emergimos dessa noite e do silêncio” para um novo mundo, um mundo que permitiu abrir outras portas, que o saudoso Ary dos Santos declamou com eloquência e efervescência, fazendo acreditar, que:

Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade. 


Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena (...)


Foi então, que pudemos escrever uma nova história, a esperança de um outro mundo, um novo despertar, uma nova era, a utopia apontava um admirável mundo novo sem pré-condicionalismos, sem discriminações e com igualdade de oportunidades para todos. Com mais ou menos utopia esse caminho foi-se fazendo e tanto se fez que permitiu que Abril abrisse portas a outras revoluções, contagiando os nossos vizinhos Espanhóis e a diáspora da América Latina.

Não podemos esquecer que corremos então o risco de nos termos deixado contagiar com um outro regime totalitário, mas fez-se luz na “fonte luminosa” e a democracia imperou. Os portugueses disseram Sim às eleições livres, onde homens e mulheres puderam participar livremente. Depois, seguiram-se anos de grande turbilhão e de amadurecimento.

Feita a “revolução dos cravos “com o fim de uma ditadura de 48 anos, imperou a vontade de um povo que se quis erguer, contra o totalitarismo e o sectarismo de décadas. Esse povo foi capaz de se modernizar e de se adaptar a novos desafios, foi capaz de criar um Sistema Nacional de Saúde gratuito e universal, de fazer surgir uma Escola Pública para todos, que combateu os níveis de iliteracia que nos envergonhavam e nos colocavam na cauda da Europa e do mundo, obtivemos um sistema contributivo da Segurança Social que permitiu dar dignidade a todas e a todos os portugueses.

Abril, trouxe a liberdade individual e colectiva, oficializaram-se os partidos e com a sua diferença ideológica alcançámos a diversidade política. Muito se discutiu e muitas vezes disseram: “olhe que não! Olhe que não!”. Mas foi nessa diferença que os partidos amadureceram, se criaram, e se tornaram o baluarte da Democracia. Mas o seu amadurecimento pode putrificar-se, se não forem capazes de se adaptarem aos novos tempos e se não souberem escutar o cidadão comum.

A democracia permitiu reclamar, permitiu exigência, permitiu sonhar, e possibilitou também um olhar atento para o exercício mais elementar num estado de direito – o respeito interinstitucional e a sua distinta separação de poderes. É neste equilíbrio que se respira independência e autonomia… é certo que não há donos da democracia, pois ela embriaga-se na soma das partes e reveste-se no todo. A democracia é para todos, mas para que seja efectivamente de todos é necessário sabê-la respeitar e implementar diariamente os valores de Abril, que se encontram explanados na nossa Constituição.

Respeitar a Constituição é louvar a Democracia!

As diferenças ideológicas vêm de longe e, se de um lado temos uma esquerda que lutou para que o espírito de Abril permaneça vivo, e que todos os dias o estado garanta mais equidade, mais justiça social, mais oportunidades; de um outro lado, encontra-se uma direita, que chora pelas estatizações do período pós-revolucionário e que vive do revanchismo que Abril prejudicou o crescimento da economia.

Há quem possa encontrar no chauvinismo a cura para um povo e pensar que é a forma mais próspera de fazer crescer um país. Desengane-se quem quiser trilhar esse caminho, esse será o precipício para o País de há 42 anos atrás. O Portugal da miséria, da guerra e da ditadura! Com todas as imperfeições da própria democracia, não descurando da citação de Churchill: ”A democracia é a pior forma de governo imaginável, à excepção todas as outras que foram experimentadas”, mesmo com as devidas prudências, a democracia é o fermento da cidadania, da garantia de um estado de direito.

Hoje somos um país da União Europeia, onde há maior respeito pela dignidade do trabalho, pelos sindicatos e pela democracia pluralista, somos mais cosmopolitas, mais poliglotas, mais qualificados e mais bem preparados.

Mas há um outro lado que não podemos escamotear, o lado da falta de oportunidades de emprego, da precariedade laboral, do desprezo que certos actores políticos fazem da cultura… Se a cultura é tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza, então muito se acrescentou nestes 42 anos de democracia, da Expo 98 ao Porto 2001, do Euro 2004, do CCB a Serralves, e tantos outros espaço culturais de referência internacional.

Da Europa vieram dinheiros para asfaltar, criar o saneamento básico, modernizar os espaços públicos e privados, criaram-se dependências e novas vias rodoviárias, Lisboa ficou mais perto do resto do país, mas neste país criaram-se assimetrias entre o Litoral e o Interior, e essas vias de comunicação levaram o mais importante que restava neste Interior, as PESSOAS! As terras fazem-se grandes com pessoas, sem pessoas o exercício político torna-se inútil e desinteressante!

Cabe ao poder Central contrariar esta triste tendência e finalmente conceptualizar-se uma promessa de há muito ”Coesão Territorial”. A recente unidade de missão para valorização do Interior é um sinal positivo que aponta para uma nova esperança para este território e nos dá algum fôlego e uma réstia de alento.
Nesta minha humilde descrição sobre o que foi a revolução de Abril, não pronunciei uma única vez a palavra que é a semente e o mais de grandiloquente desta revolução: A LIBERDADE!

Sem Liberdade, não se concretizam os 3 D´s da Revolução:

Descolonizar; Democratizar e Desenvolver! 

Contudo, chegou o tempo de acrescentarmos o quarto D.

DESCENTRALIZAÇÃO!

Por isso: Vamos fazer o que ainda não foi feito… já que Abril nos ensinou que nenhuma realidade, por mais negra que seja, é eterna ou imutável. Para os socialistas, o 25 de Abril será sempre o dia da utopia, que se cumpre lutando por mais prosperidade, justiça social, solidariedade, liberdade e democracia. Façamos jus aos ideais! Concretizemos Abril!


Viva a Democracia!  Viva o 25 de Abril! Viva a Mêda! Viva Portugal! 

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia Mundial da Poesia

Porque hoje se comemora o Dia Mundial da Poesia, veio-me à memória o seguinte episódio. Tinha os meus 13 anos, numa aula de Português, com a cabeça distante, ouvi a seguinte pergunta: O que é ser poeta?

Respondi de forma repentina e irreflectida:

- “São aqueles que vêem tudo a rimar!”; a resposta pode não ter sido feliz e pouco ortodoxa, mas o sentido estava lá!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Freud explica o Carnaval

Segundo Freud, a nossa mente é como uma casa em que vivem três habitantes. No térreo, mora um sujeito simples e meio atucanado, chamado Ego. Ele não é propriamente o dono da casa, mas cabe-lhe pagar a luz, a água, o IPTU, além de varrer o chão, lavar a roupa e cozinhar. Estas tarefas fazendo parte da vida cotidiana, Ego até não se queixaria. O pior é ter de conviver com os outros dois moradores.
No andar superior, decorado em estilo austero, com estátuas de grandes vultos da humanidade e prateleiras cheias de livros sobre leis e moral, vive um irascível senhor, chamado Superego. Aposentado – aos pregadores de moral não resta muito a fazer em nosso mundo – Superego dedica todos os esforços a uma única causa: controlar o pobre Ego. Quando liga, se lembra de alguma piada boa e ri, ou quando o Ego se atreve a cantar um sambinha, Superego bate no chão com o cetro que carrega sempre, exigindo silêncio. Se Ego resolve trazer para casa uma namorada ou mesmo uns amigos, Superego, de sua janela, advjerte: não quer festinhas no domicílio.
No porão, sujíssimo, mora o terceiro habitante da casa, um troglodita conhecido como Id. Id não tem modos, não tem cultura e na verdade mal sabe falar. Em matéria de sexo, porém, tem um apetite invejável. Superego, que detesta estas coisas, exige que o Ego mantenha a incoveniente criatura sempre presa. E é o que acontece durante todo ano.
No Carnaval, porém, Id se solta. Arromba a porta do porão, salta para fora e vai para a folia, arrastando consigo o perplexo Ego que, num primeiro momento, resiste, mas depois acaba aderindo. E aí são três dias de samba,j bebida, mulheres.
Quando volta para casa, na quarta-feira, a primeira pessoa que vê Ego é o Superego, olhando-o fixo da janela do andar superior. Ele não precisa dizer nada, Ego sabe que errou. Humilde, enfia-se em casa, abre a porta do porão, para que o saciado Id retorne a seu reduto, e aí começa a penitência, que durará exatamente um ano.
De vez em quando, Ego tem um sonho. Ele sonha que os três fazem parte de um mesmo bloco carnavalesco, e que, juntos, se divertem a valer – o Superego é, inclusive, o folião mais animado. Mas, isto é, naturalmente, sonho.

Autor: Por Moacir Sciliar

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Adeus, Aníbal


Um Texto de Tiago Matos Silva, que me revejo na integra!

Nascido em Julho de 1976, sou governado um dia pelo Pinheiro de Azevedo (VI governo provisório), três meses pelo Nobre da Costa (III governo constitucional), nove meses pelo Mota Pinto (IV governo constitucional), sete meses pela Maria de Lurdes Pintassilgo (V constitucional), um ano pelo Sá Carneiro (VI constitucional), dois anos e cinco meses pelo Pinto Balsemão (VII e VIII constitucionais) e quatro anos e meio pelo Bochechas (I, II e IX governos constitucionais)... De ti Aníbal, entre governos minoritários, governos com maioria absoluta e presidências da República levo 20 anos!! Eu tinha 9 anos mal acabados quando chegaste a São Bento e vou ter quase 40 quando finalmente saíres de Belém. Eu não me lembro (os meus amigos mais velhos riem-se) dum tempo antes de ti Aníbal!

E não é como que não tenha o que te agradecer: a facécia da rodagem do carro à Figueira da Foz, o fim da indústria e da agricultura e da pesca trocados pelo alcatrão das autoestradas dos amigos da Mota-Engil, o “ai eu não sou político” mais espesso desde o tempo do Botas, o Poço de Boliqueime passado a Fonte e o “nunca me engano e raramente tenho dúvidas”, os hemofílicos cheios de SIDA da Dra. Leonor e as moscambilhas do mano Zézé, a porrada na ponte e a que levei à porta do parlamento porque não queria fazer a PGA (veio o teu ministro da polícia chamar-lhe “acção meritória” no telejornal à noite), as propinas e o porteiro do Hospital de Faro despedido por te ter tratado como um mero mortal, a pensão (recusada ao Salgueiro Maia mas) atribuída aos pides, o coqueiro, o bolo-rei e a “Mariani”, o papá gasolineiro e o genro produtor, a medonha foto retocada das presidenciais e a patranha das escutas do Palácio de Belém, o “Independente” e o “Inimigo Público” (só com garras quando o governo é PS) e os orçamentos inconstitucionais, a pensão do Banco de Portugal e as “forças de bloqueio” e o consenso e a solidariedade institucional e a solidez do grupo Espírito Santo, o Dias Loureiro (o teu meritório ministro da polícia) e o Duarte Lima e o Ferreira do Amaral e a Manuela Ferreira Leite e o Durão Barroso e o Miguel Cadilhe e o Marques Mendes e o Isaltino Morais (e o sobrinho) e o Valentim Loureiro e o Luís Filipe Menezes e o Pedrinho Passos Coelho e o Oliveira e Costa e o resto da escumalha do BPN... e a Maria, a Maria, a Maria, a Maria e o ar dela e os presépios e o estilista do Fundão e a Kátia Guerreiro a cavalo e a dor de corno dos 50 dias... obrigado Aníbal, mil vezes obrigado.

Pai do Monstro, nossa Thatcher sem tomates, nota de rodapé da História, sonso mil vezes sonso... vai ser uma alegria contida e sossegada cá em casa ver-te (mais) chupado dos ossos e (ainda mais) esclerosado na bancada dos próceres do regime nas festarolas da Assembleia, silencioso e finalmente total e absolutamente irrelevante; sempre é menos triste que ver-te a escorrer despeito pelos salões mal decorados de Belém, a hesitar na leitura dos papelinhos que sabe deus quem te enfiou nos bolsos... não te preocupes Aníbal, está quase quase a acabar.

Não te preocupes Aníbal, estes meses finais vamos fazer de conta que já foste, que já não há ninguém em Belém, vamos fingir que já não existes. Não te preocupes Aníbal, nós ajudamos-te a terminar o mandato com dignidade... ignorando-te.