segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O Senhor do Adeus

Quando em 1998 fui viver para Lisboa na minha rotina diária/académica passava pela Avenida do Restelo em direcção à Avenida da Torre de Belém, nesse cruzamento, via ao final da tarde um Senhor de óculos pretos e de cabelos brancos que acenava constantemente, dizia Adeus a todos que por lá passavam.

Não sei o porquê, mas sempre que por lá passava, quase sempre o via, dizia eu para os meus botões: “Boa Tarde Sr. Woody Allen do Restelo!”. Longe de imaginar que esta personagem gostava de cinema.
Passados alguns anos, passei a vê-lo, diariamente junto ao Saldanha! Deixei Lisboa em 2010 e nunca mais o vi! Soube recentemente que também em 2010 o Senhor do Adeus, nos tinha deixado, talvez a “A Deus” se tenha entregado.

O Senhor do Adeus” chamava-se João Manuel Serra. Pelo que parece não era pintor, músico, escritor, nem poeta e muito menos homem de grandes paixões… Porém, toda a gente o conhecia e, mais importante do que isso, toda a gente o adorava. Quem passava pelo Saldanha, encontrava um homem que combatia a solidão com a doçura de dizer adeus.


Assim ficou conhecido. Parabéns aos Lisboetas que ontem souberam o homenagear e pelo que parece até uma lápide, foi colocada no Saldanha, na zona onde habitualmente acenava aos automobilistas.


Um homem vulgar que ficará na memória de muitos. Quando a simplicidade é contagiante nas nossas vidas, ou como escreveu Fénelon “ A simplicidade é uma rectidão da alma que corta qualquer volta inútil sobre si mesma e sobre as suas acções.”, os pequenos nadas tornam-se enormes!



sábado, 7 de janeiro de 2017

Bem-haja Camarada Soares


Acabei de saber que o Dr. Mário Soares faleceu. A notícia não me causa surpresa uma vez que o seu estado de saúde há muito que anunciava este fim terrestre. A sua vida foi controversa, mas de uma entrega única à causa pública.

Soares começou por lutar contra o fascismo para, de seguida, impedir uma outra ditadura (comunismo). Foi com ele que este país estabilizou e foi ele que permitiu e proporcionou o exercício da democracia no nosso país.

Soares abriu-nos as portas da Europa e varreu um país atrasado e ostracizado!

Com ele aprendemos a não ter medo, a sua luta foi constante e, mesmo nas derrotas, mostrou que vale sempre a pena lutar!

Nos últimos anos da sua vida alertou para os novos perigos do país e do mundo.

Nas entranhas de tudo isto, Soares, foi um estadista, um democrata, um combatente.

“Soares é Socialista, Republicano e Laico.”

Soares é fixe! Soares é eterno!

Bem-haja Camarada!