quinta-feira, 22 de novembro de 2012

UM APELO AOS MEDENSES DE 1975

UM APELO AOS MEDENSES DE 1975
 
Car@ Amig@,
Em plena cavaqueira no café do Tozé Clemente, na noite da passada sexta-feira, eis que surge um rapaz de cabeça rapada... e fico por instantes na dúvida, conheço-o de algum lado.

Sem dar parte fraca, remeto-me ao silêncio e espero que o mesmo me cumprimente. Eis que o cumprimento surge e, por sinal, é feito com alguma estranheza: O senhor está bom? Respondo: Estou...

A minha mente fica mais confusa e medito mas este “gajo” não é o Jaime? O Jaime que andou comigo na escola primária? O Jaime que é de 1975... o tempo passou e senti-me inquieto... de forma a que ele não desse conta, perguntei aos meus companheiros de mesa: Este não é o Jaime?o sobrinho do “Arturinho”? a resposta foi me dada, é ele mesmo.

O incómodo voltou e outras dúvidas subsistiram, talvez de caracter existencial.
Estou mais velho? Será por eu agora usar bigode? Eis que a minha voz lhe fez eco e, de imediato, se levanta e me pergunta: Oh pá, tu não és o Cláudio? Claro que sou respondi e surge então um abraço de quem já não se via há algum tempo...Caraças!! Então não sabias dizer? Tudo o resto não será preciso contar.

O que queria contar é que o tempo passa e as memórias e as recordações da nossa infância vão surgindo como algo que faz parte de nós e que será sempre bom recordar, por isso aproveitámos o momento para fazer um desafio: Porque não marcar um Jantar com os Rapazes e Raparigas do nosso Ano (1975)? Há uns tempos atrás fiz um levantamento (Registo Civil) e consegui registar os nomes porém faltam-me imensos contactos. Agora que está lançado o desafio, peço a vossa colaboração. Ajudem a completar a listagem que vos envio em anexo. E que tal criarmos uma rede de comunicação e pensar numa data para um encontro...

Car@ Amig@ se deparar que marcar um encontro não faz sentido...esqueça este pedido, mas não se esqueça que todos fomos colegas e companheiros de infância, aprendemos juntos, crescemos juntos, brincamos juntos e até asneiras fizemos juntos...

Um abraço do Amigo
Cláudio

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Moção apresentada pelo PS Mêda na Assembleia Municipal (28 de Setembro de 2012) - aprovada por unanimidade


-MOÇÃO –
FIM DE ISENÇÃO DE PORTAGENS DAS SCUT`S (A23 E A25)

 Sendo do conhecimento de todos que o Governo tenciona, dentro de dois dias, deixar de isentar portagens, em 10 viagens mensais, aos residentes deste concelho nas SCUT´s - A23 e A25, vimos, com desagrado, apresentar o nosso descontentamento com tal medida.
Foi promessa deste Governo discriminar positivamente o Interior do País e consequentemente os Medenses e, como não podemos aceitar que, face à nossa já periférica posição dentro do Distrito, sejamos ainda mais discriminados pela medida que impõe que não seremos abrangidos pela isenção, que permitiria aos seus habitantes fazerem-se deslocar com menos custos nestas duas vias, apresentamos a nossa posição discordante.

Certo é que o Concelho da Mêda dista a mais de 60Km da cidade da Guarda, é um Concelho com o menor rendimento percapita do Distrito e do País. A esta situação  qual alia-se o facto de não sermos contemplados por uma via estruturante de grandes dimensões, entenda-se Auto-Estrada. Apesar da construção do IP2, este não permite que possamos deslocarmo-nos à sede do Distrito sem custos, uma vez que a concentração de serviços nos obriga a deslocarmo-nos diariamente.
Face a esta conjuntura, somos obrigados acreditar que só poderá ser um engano o facto de quererem que, aqueles que nos 38 anos de Democracia não usufruíram de qualquer tipo de infra-estruturas IP e AE, sejam os que mais irão sofrer com esta medida que discrimina negativamente os mais isolados e mais esquecidos, terão que forçosamente que pagar portagens na A23 e A25, únicos eixos que nos poderão levar ao desenvolvimento.
Porque gostamos de honrar as palavras e os compromissos, porque não aceitamos que, uma vez mais, nos levem ao engano, nunca é de mais lembrar, que estas vias foram criadas com fundos europeus, com o objectivo de potenciar o desenvolvimento deste território, não entendemos esta burla.
Há cerca de um ano foi prometido, por este governo, que ficaríamos a usufruir desta isenção, porque o concelho de Mêda não atinge os indicadores económicos exigidos (60% percapita da média nacional).

Reconhecendo que existem realidades diferentes, entre meios urbanos e rurais, em que o Interior contribui de sobremaneira para o enriquecimento do Litoral, note-se que as suas populações, em especial nas últimas décadas, migraram para o Litoral, provocando um aumento demográfico, habitacional, de emprego, de equipamentos sociais, entre outros. Custa-nos aceitar que esta medida seja discriminatória e não defenda o interesse das nossas populações.

O nosso concelho vive de uma realidade rural e de uma população muito envelhecida, necessitando diariamente de atenção, de igualdade e de ajuda, de modo a que estas pessoas possam viver com melhor conforto e na igualdade de direitos de um país democrático.

Pelo exposto, pedimos que estas razões vos possam sensibilizar e demover desta discriminação claramente negativa para com aqueles que mais isolados estão e que mais sofrem de subdesenvolvimento.

O Concelho de Mêda, neste último ano, foi o concelho do Distrito da Guarda que mais serviços viu extintos, note-se o encerramento do SAP, a proposta de encerramento do Tribunal e do Heliporto, ao qual se acrescenta a introdução de portagens na A23 e A25 e a hipotética manutenção do serviço de Finanças.

Por um Portugal igualitário nas oportunidades os Medenses entendem, por esta forma, que o fim da isenção das portagens na A23 e A25 em nada contribui para o bem-estar dos nossos munícipes, mas sim para o seu isolamento e esquecimento...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Grande imbróglio tem o Partido Socialista nas suas mãos.

Grande imbróglio tem o Partido Socialista nas suas mãos, depois do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista anunciarem apresentação de uma Moção de Censura.
 
 
Hipótese A - Se vota a favor é feita a seguinte leitura - o PS é um partido irresponsável, que quer o poder a todo custo, que segue a reboque da esquerda também esta irresponsável. Não tem palavra, uma vez que disse que não aprovava uma moção de censura se o governo recuasse com a TSU. Este recuou e agora aprova uma moção de censura?

Hipótese B- Abstenção - prova que o PS quer passar entre os pingos da chuva sem se molhar. Irresponsáveis, não tomam decisão, mostrando que não quer saber do país. Delega o palco político para os partidos à sua esquerda, deixando que o descontentamento dos cidadãos para com este governo seja capitalizado pelo BE e pela CDU;
 
 
Hipótese C – Vota contra a moção de censura – o Partido Socialista está amarrado aos partidos que sustentam o Governo - “é tudo igual, PS, PSD e PP”. O PS ficaria ao lado destas políticas do governo e dificilmente, nos próximos tempos, se descolaria do governo. Passaria a ser conivente com todo o mau estar do país. O PS deixa de ter coerência e clarividência com tudo aquilo que tem vindo a dizer! E mostra que não está disponível para fazer pontes com os partidos à sua esquerda.
Em suma, qualquer das soluções a ser aplicada serão de difícil gestão, e será também difícil que o PS não fique “chamuscado”. Mas há alguns aspectos a considerar e que convêm lembrar:
A esquerda (BE e CDU), há pouco mais de um ano, juntou-se à direita para derrubar um governo socialista. Se hoje estamos pior, é bom recordar que a responsabilidade é também destes dois partidos.
Neste momento, Passos Coelho, além de não ter estratégia/rumo para o país não tem mão no governo/coligação, no entanto esta moção pode servir de balão de oxigénio e possibilitar, por mais algum tempo, a permanência deste governo em puro desvanecimento. (vitimização). Lembram-se do que o Sr. Passos Coelho disse sobre o PEC IV, quando Sócrates foi negociar com a Sr.ª Merkel sem passar cavaco ao maior partido da oposição...
Por falar em Passos Coelho, este rapaz não aprende, pelo parece continua a pedir ao Sr. Aníbal que o mande embora. Então vai fechar acordos a Bruxelas – com medidas de substituição à TSU - e não diz nada ao principal partido da oposição, nem aos parceiros sociais. E agora, quer uma concertação social?
Convém lembrar que, face a todo este “carnaval político”, é Paulo Portas, neste momento, o homem mais poderoso do país. O futuro “próximo” da política portuguesa está nas suas mãos e tudo depende da sua vontade, uma vez que ele tem o poder de decidir até quando perdurará esta coligação.
Por último, não entendo esta posição conjunta do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, ficando condicionados até ao final do próximo verão, já que não poderão subscrever mais nenhuma moção de censura, uma vez que por ano de legislatura só se pode apresentar uma única moção.
Pergunto: Para quê, esta moção conjunta? Estoirar “cartuchos” desta maneira... e, uma vez mais, o PS condicionado...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Voto de Pesar - Sr. Toneca

Foi apresentado um Voto de Pesar, pelo falecimento do Sr. Toneca, pela Bancada do Partido Socialista de Mêda na última Assembleia Municipal (28 de Setembro de 2012).

-VOTO DE PESAR-

No passado dia 30 de Agosto faleceu o Sr. António Augusto Lourenço Júnior,  nascido a 5 de Maio de 1926, tendo portanto 86 anos de idade.  Mais conhecido por Senhor Toneca.

Foi um homem dedicado a causas e participou activamente no seio recreativo, desportivo e cultural do nosso concelho.

Na sua juventude vestiu as cores do Sporting Clube de Mêda, mas foi o gosto pela música que o fazia estar sempre disponível em diversas actividades culturais, uma destreza invulgar na forma como tocava com o seu violino, com o arco fazia efervescer melodias que encantavam plateias e que jamais serão esquecidas.

Foi um dos fundadores do Rancho Folclórico e Recreativo da Mêda, onde a sua presença era constante e de grande dedicação.

Esteve na Junta de Freguesia de Mêda de 1979 a 1993. Na sua presidência trabalhou em prol do bem comum, garantindo melhores condições ao mundo rural, compondo caminhos para que as acessibilidades fossem de melhor acesso aos campos agrícolas.

O Partido Socialista de Mêda não esquece a sua militância e, por isso, a sua passagem ficará sempre guardada nas nossas memórias.

Termino com uma expressão pessoal, que repetia vezes sem conta, aos colegas do Rancho Folclórico da Mêda: “Não me deixem morrer..”

A Assembleia Municipal de Meda manifesta o seu mais profundo pesar pela morte do Sr. António Augusto Lourenço Júnior e apresenta à família as mais sentidas condolências.

Em honra à sua memória, proponho que este órgão guarde um minuto de silêncio, perpetuando a referência do Senhor António Augusto Lourenço Júnior nesta cidade e neste concelho.

Mêda, 28 de Setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Religião, Futebol e Música para o português ver...

Só há uma dificuldade na vida politica: DECIDIR! Por isso, há políticos que aproveitam os momentos de paixão dos seus concidadãos, para exporem más medidas e erros de uma cegueira, que nos conduzirá ao suicídio.

É certo que José Sócrates terá utilizado a vinda do Santo Padre para falar com os portugueses, mas longe de assistências pávidas e serenas como aconteceu na passada 6ª feira, em vésperas do Jogo da Selecção, ouvimos o actual 1º ministro (Passos Coelho) apresentar uma receita mágica para a suposta salvação do país: Austeridade, uma austeridade que mais não passa de uma Brutalidade, que será nefasta e possivelmente letal para a vida dos portugueses.

Se há uns tempos atrás, a receita foi austeridade, seguida de brutalidade, agora o receituário é uma morte anunciada!

O que não é estranho na vida dos portugueses é toda esta triangulação antepassada "Salazarenta": Amália, Eusébio e Fátima...

A música ficou a cargo do Sr. Gaspar (ontem), mais de uma hora a chover no molhado, ao som da marcha fúnebre de Chopin.

Por falar em marchas, há muito que não se ouve a marcha nupcial de Wagner (PPD/PSD e CDS/PP)... o enamoramento terá dado lugar a um casamento a prazo!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

brincávamos a cair nos braços um do outro

Como o tempo passa. Hoje, saltou-me à memória o ano de 1998, em especial esse Verão. Já passaram 14 anos... que um conjunto de jovens (rapazes e raparigas) da Mêda criaram um movimento, uma associação juvenil "MEDANIMA".
Durante esse Verão fez-se muita coisa, nomeadamente, uma sessão de poesia intitulada "O Frémito" no Ambrósios Bar.
Recordo-me que a maioria dos poemas declamados eram de poetas desconhecidos e um deles era do Valter Hugo Mãe.
Hoje, Valter Hugo Mãe é reconhecido como um dos melhores escritores da língua portuguesa. 
Aqui deixo um dos seus belos poemas,
(brincávamos a cair nos braços um do outro).

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brincávamos a cair nos
braços um do outro, como faziam
as actrizes nos filmes com o marlon
brando, e depois suspirávamos e ríamos
sem saber que habituávamos o coração à
dor. queríamos o amor um pelo outro
sem hesitações, como se a desgraça nos
servisse bem e, a ver filmes, achávamos que
o peito era todo em movimento e não
sabíamos que a vida podia parar um
dia. eu ainda te disse que me doíam os
braços e que, mesmo sendo o rapaz, o
cansaço chegava e instalava-se no meu
poço de medo. tu rias e caías uma e outra
vez à espera de acreditares apenas no que
fosse mais imediato, quando os filmes acabavam,
quando percebíamos que o mundo era
feito de distância e tanto tempo vazio, tu
ficavas muito feminina e abandonada e eu
sofria mais ainda com isso. estavas tão
diferente de mim como se já tivesses
partido e eu fosse apenas um local esquecido
sem significado maior no teu caminho. tu
dizias que se morrêssemos juntos
entraríamos juntos no paraíso e querias
culpar-me por ser triste de outro modo, um
modo mais perene, lento, covarde. Eu
amava-te e julgava bem que amar era
afeiçoar o corpo ao perigo. caía eu
nos teus braços, fazias um
bigode no teu rosto como se fosses o
marlon brando. eu, que te descobria como se
descobrem fantasias no inferno, não
queria ser beijado pelo marlon brando e
entrava numa combustão modesta que, às
batidas do meu coração, iluminava o meu
rosto como lâmpada falhando

a minha mãe dizia-me, valter tem cuidado, não
brinques assim, vais partir uma perna, vais
partir a cabeça, vais partir o
coração. e estava certa, foi tudo verdade

valter hugo mãe, in 'contabilidade'

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O que pode fazer um governo socialista de diferente...

O que pode fazer um governo socialista de diferente, que o distinga de outros governos (ultra-liberais). Haverá um outro caminho, uma outra estratégia que, em tempos tão adversos, permita alavancar a economia e criar riqueza...

Passado um ano da queda de um governo legitimamente eleito, porque não era então possível exigir mais austeridade aos portugueses, ipsis verbis do então líder da oposição (Passos Coelho). E depois de mais uma temporada de promessas eleitorais, eis que a avaliação à qual poderemos submeter este governo é óbvia: falhou, escolheu os piores caminhos, pelo que a consequência desse autismo governativo é a vida dos portugueses que está cada vez pior: mais desemprego, mais pobreza, menos cidadania, menos protecção social e um desinteresse ”galopante” dos cidadãos em relação à classe politica.

Dizer-se que os políticos são todos iguais e que não há diferenças nas lateralidades é um erro perigoso, há até quem julgue que já não é possível governar à esquerda, uma vez que os banqueiros e especuladores económicos serão aqueles que ditam as regras. Nunca foi tão visível, os senhores da Goldman Sachs serem chamados a orientar os destinos de alguns países, que eles próprios ajudaram a colapsar. Por vezes a análise política é demasiada “aligeirada” e isso poderá conduzir a um descontrolo social com consequências nefastas.
Provavelmente, nas últimas décadas, nunca foram tão evidentes as diferenças ideológicas que compõem o espectro partidário. Um belo exemplo de que o socialismo democrático faz falta ao Mundo e sobretudo a uma Europa imóvel, letárgica e incapaz de dar sinais de arranque é o já fenómeno, Hollande. Assim e a pouco mais de dois meses de liderar os destinos dos gauleses, o seu cunho é já patente e bem diferente de Sarkozy, de tal modo que a Sr.ª Merkel tem tido dificuldade em impor a sua agenda austera e de “insensibilidade ariana” com os demais parceiros europeus.
 
Alguns exemplos ajudar-nos-ão a compreender que as decisões e as estratégias de cada líder poderão criar factores diferenciadores, permitindo aos seus cidadãos uma vida melhor, de incentivo ao crescimento económico de forma a ser possível apoiar os mais vulneráveis e os mais desfavorecidos, capaz de acordar um país, uma Europa e o Mundo, contrariando o pessimismo dos “agiotas económicos” que não são mais do que os grandes promotores e profetas da desgraça.   
 
Pois bem, o sr. Hollande em funções há pouco mais de 60 dias, entre as muitas medidas tomadas, gostaria de destacar:
- Elaborou um documento (12 linhas) para todas as agências de estado dependentes da administração central em que comunica a supressão dos veículos de empresa desafiando com “frases” os altos funcionários, como se um executivo que ganha 650.000 euros ano, não se pode dar ao luxo de comprar um carro bom com seus próprios rendimentos do trabalho. Isso significa que é demasiado ambicioso, é estúpido, ou que é desonesto. O país não precisa destes tristes regalias. Touchè. Fora com a Peugeot e com a Citroen? O que é certo, é que a sua intervenção permitiu salvar postos de trabalho. 345 Milhões de euros serão transferidos para a criação (abertura de 15 de agosto de 2012) em alta tecnologia avançada de 175 institutos de investigação científica, assumindo a contratação de 2560 desempregados jovens cientistas para aumentar a competitividade e a produtividade da nação.
- 100 carros oficiais foram removidos e leiloados, aproveitando este valor para o fundo de previdência  tendo sido distribuído para as regiões com o maior número de centros urbanos com os subúrbios ruinosos.

 

- Ele tem abolido o conceito de paraíso fiscal (definido socialmente imoral) e um decreto presidencial de urgência pela fixação de uma percentagem do aumento na tributação para todas as famílias que ganhem mais de 5 milhões de euros por ano. Com esse dinheiro (mantendo assim o pacto fiscal) sem afectar o orçamento de estado, contratou 59.870 licenciados desempregados, dos quais 6.900 a partir de 1 de julho de 2012 e, em seguida, outros 12.500 a partir de 1 de Setembro, como Professores no ensino público.

 

- Ele privou os subsídios do estado da Igreja de 2,30 milhões de euros financiados exclusivas escolas particulares, e lançou-se (com dinheiro) um plano para a construção de 4.500 jardins-de-infância e 3.700 de ensino, infra-estruturas nacionais a partir de um investimento do plano de recuperação.
- Estabeleceu o conceito presidencial “bono-cultura”, um mecanismo que permite a qualquer pessoa pagar zero impostos se constituir como uma cooperativa e abrir uma livraria independente de contratação de pelo menos dois graduados desempregados na lista de desempregados, a fim de economizar dinheiro para as despesas públicas e fazer uma contribuição mínima para o emprego e para o relançamento de novas posições sociais.

 

- Aboliu todos os subsídios do governo para revistas, fundações e editores, substituindo-os por comités de estado de empresários que financiarem actividades culturais com base na apresentação de planos de negócios relacionados a estratégias de marketing avançadas.
 -Lançou um procedimento muito complexo em que bancos oferecem uma opção (sem impostos): desde empréstimos a empresas francesas que produzem bens recebe benefícios fiscais, oferecendo instrumentos financeiros pagos a uma taxa adicional: take it or leave it.

 

- Reduziu os salários de todos os funcionários do governo. Reduziu 32 e 40% a todos os membros do Estado, altos funcionários, que ganham mais de 800 000€ por ano. Com essa quantidade (cerca de 4 milhões de euros), que estabeleceu um fundo que oferece garantias às mães solteiras um bem-estar em condições financeiras difíceis, garantindo um salário por um período de cinco anos até que seu filho vai para a escola primária e três anos se a criança é maior. Tudo isso sem alterar o equilíbrio do orçamento.
O Presidente francês, François Hollande, reduziu o seu salário e a todo o novo executivo em 30%. (Quando Sarkozy chegou ao poder em 2007, uma das primeiras medidas tomadas foi aumentar o salário, cerca de 170%.). Hollande fez com que o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, em vez de receber 21.300 euros, receba 14.910 euros por mês.

 

Por outro lado, o salário bruto de 34 gestores departamentais passaram de 14.200 euros por mês para 9.940€.
O resultado destas e de outras medidas de Hollande são surpreendentes! A propagação dos bunds alemãs caíram, e não é pura magia. A inflação não aumentou. A competitividade da produtividade nacional aumentou no mês de Junho pela primeira vez em três anos.

 

Será que Hollande é um génio da economia? Ou, simplesmente, um homem com bom senso e que arrasa com as brejeirices que “todos os políticos são iguais...”.
Há quem se esteja a “lixar” para as eleições ou até mesmo para quem os elegeu, porém há quem governe para que as pessoas possam viver melhor e assim se conclua que é possível governar melhor.

terça-feira, 3 de julho de 2012

A geração que quer tirar o socialismo da gaveta!



Porque ainda existem socialistas dentro do actual Partido Socialista, que serão capazes de transformar o próprio PS e o país, em torno de melhores políticas, projectos e ideias que se enquadrem n o nosso ideário, de acordo com a matriz ideológica do socialismo democrático...Eu também acredito na minha geração e num conjunto de camaradas preparados e capazes de tirar o socialismo da gaveta, ou de o afastar de meia dúzia de patronos que até das próprias sombras têm medo.
Acredito em pessoas, acredito em ideias e porque não gosto de ver aqueles (situacionista) que ficam à espera de ver qual o comboio que tem mais gente...
Já agora, aproveito para que os moços de mão e de recados levem esta publicação a quem gostam de engraxar. Eu também estou nesta...podem-se bufar!!!!
 PS- sugestão de leitura para os próximos tempos (Ensaio da Lucidez – Saramago)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

“O PS afasta-se da nossa vida”

Hoje ao tomar o café matinal e ao passar uma vista de olhos pelo DN, eis que surgiu um artigo de grande interesse. Uma reflexão que merece toda a atenção.
Sou militante do PS mas vejo que o rumo que está a ser seguido não é auspicioso e a sociedade civil, cada vez mais, está muito distante.

Deixo o artigo de opinião de Baptista Bastos, intitulado “O PS afasta-se da nossa vida”

O PS de Seguro assegura quê?, ao abster-se em tudo o que exige posição clara e consentânea com o que o nome "socialista" comporta e define. Mas o PS de Seguro continua a ambiguidade moral (já nem sequer se lhe impõe mais) a que habituou os portugueses. Não há "neutralidade" em nenhuma actividade humana - e muito menos em política. Durante a II Guerra Mundial, Salazar colocou em trânsito a aberração da "neutralidade activa", mas a sua ideologia pendia para o lado nazi. Um comportamento que não é carne, nem peixe, nem arenque vermelho e dissimula as mais sórdidas patifarias. A invocação da frase: "Somos um partido responsável", de que Seguro é useiro e vezeiro, converteu-se numa farsa. E surpreende a indiferença resignada manifestada pelos militantes do PS.

Desde a sua ascensão ao poder, Seguro, devido a uma astúcia tão infantil como amolgada, nada mais tem feito do que exercícios de "neutralidade." O que diz, as pequenas batalhas verbais em que se envolve são irrelevantes e representam, afinal, compromissos presumidamente temporários, porém, na prática, sustentáculos efectivos do Governo. Não há "neutralidade" em nenhuma actividade humana, escrevi. Este absurdo teve uma tradução imoral na "distanciação" jornalística. Os malefícios desta falácia afastaram leitores e levaram ao nojo e à rejeição veemente os que sabem das regras da arte.

O jornalista, segundo esta tese, não devia "tomar partido": sem indignação, sem protesto, massa inerte com olhos desprovidos de emoção. Um ser "neutral", infenso ao que ocorria em seu redor; um gravador com o maniqueísmo da tábua rasa. Os "ideólogos" desta proposta ignoravam a história do nosso jornalismo, e tinham lido mal alguns teóricos anglo-saxónicos. Haja Deus e haja Freud!

O PS "distanciou-se" tanto da realidade portuguesa, através da "neutralidade" inscrita numa estratégia ditada pelas circunstâncias, que abriu a porta a todas as indignidades. A menor relação, o mais vago discurso alimentam as maiores suspeições. Ser "neutral" em assuntos tão importantes como (por exemplo) o Código do Trabalho, ou o apoio ao "acordo" de concertação social, é uma aquiescência vil. Mas a lista de ignomínias é imensa, e contribui para o descrédito não apenas daquele partido como da própria ideia de socialismo.
O projecto de Seguro é de tal forma pífio e inconsistente que foi preciso Pedro Silva Pereira, braço direito de José Sócrates, defender, na Assembleia da República, a honra do convento.

O seu discurso estabeleceu o facto político do dia, como assinalou, na SIC Notícias, o jornalista Filipe Santos Costa, cuja perspicácia nada tem a ver com a baça rotina dos habituais comentadores do óbvio. Ele é um dos dois ou três que não agridem a inteligência de quem os ouve e restituem-nos o gosto da palavra dita.

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PS - Para consultar a intervenção do Deputado Pedro Silva Pereira, no âmbito da moção de censura apresentada pelo Partido Comunista Português.

http://www.youtube.com/watch?v=mIZG_YEfWYw

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Dia Mundial da Criança

O Dia Mundial da Criança é oficialmente a 20 de Novembro, data que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece como Dia Universal da Criança por coincidir com a data de aprovação da Declaração dos Direitos da Criança. Porém, a data efectiva de comemoração varia de país para país, em Portugal o Dia da Criança é festejado no dia 1 de Junho.

Aprendi desde criança a comemorar este dia como sendo um dia de festa e muito especial. Mais tarde, aprendi que existe uma Declaração dos Direitos da Criança, proclamada pela Resolução da Assembleia Geral a 20 de Novembro de 1959, tendo como base e fundamento os direitos à liberdade, à educação, à diversão e ao convívio social das crianças, preconizados em dez princípios:

Princípio I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.

Princípio II - Direito à protecção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.

Princípio III - Direito a um nome e a uma nacionalidade.

Princípio IV - Direito à alimentação, morada e assistência médica adequadas à criança e à mãe.

Princípio V - Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.

Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.

Princípio VII - Direito à educação gratuita e ao lazer infantil.

Princípio VIII - Direito a ser socorrida em primeiro lugar, em caso de catástrofes.

Princípio IX - Direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no trabalho.

Princípio X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.

No passado dia 1 de Junho os alunos do Agrupamento de Escolas do 1º ciclo e o Pré-Escolar do concelho de Mêda comemoraram esta data e desfrutaram da iniciativa promovida pela autarquia. Os alunos gozaram de actividades lúdicas, usufruindo de momentos especiais e de grande contentamento.

Porém, gostaria de lembrar que o Dia Mundial da Criança é também um dia de reflexão para todos nós adultos, um momento para pensar sobre aquelas crianças que sofrem de abusos, de maus-tratos, de insegurança, de deficiência, de desnutrição, de falta de afectos e de muitas coisas essenciais para o seu bem-estar e para o seu desenvolvimento.

Só assim estamos a comemorar na plenitude e na universalidade os direitos de todas as crianças. Deste modo podemos construir uma sociedade mais justa e promover o bem-estar biopsicossocial e cultural de todos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

COC

Em relação à escolha dos membros que compõem a COC para o próximo Congresso Distrital do PS-Guarda, muita coisa haveria para dizer... além de tudo que já foi escrito nos jornais locais, regionais e nacionais, ou até, em alguns canais de televisão (RTPN e Porto Canal)!

                                                  
   
(A dita transparência democrática)

Mas há uma pergunta do teste de Compreensão na aplicação da Wisc-III (Escala de Inteligência de Wechsler para Crianças) que deveria ser feita a alguns politicos da nossa praça sobre esta COC; comente o seguinte provérbio:" Ninguém é bom juiz em causa própria "!!!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Histórias do João Heitor

Fui a carregar ao Porto livros e mais livros. Comecei pela Porto Editora fui depois à Areosa às Edições Asa, voltei ao centro do Porto para passar na Civilização e terminar na Lello antes de ficar espancado diante de um alfarrabista que me queria vender a "Mensagem" 1a edição por 600 contos e "Portugal" 1a edição de Miguel Torga por 400 contos. O dinheiro que ganhava nos livros não me permitia tais... loucuras e quando passava pelo Porto passava pelo alfarrabista para ver se os livros continuavam na vitrina(sem os preços) e um dia perguntei-lhe se não tinha receio que lhe partissem a vitrina e lhe roubassem tais preciosidades. Respondeu-me: "João Heitor neste país ninguém rouba livros,são todos uma cambada de analfabetos".

O meu amigo galerista Francisco Lebre,que também jà morreu, tinha aberto a Galerie Magellan em Paris e eu tinha-lhe dado boleia carregando grandes preciosidades para colecionadores de Arte,à noite, ao ver-me todo derreado com o peso das caixas dos livros,convidou-me a comer um bacalhau e ouvir Fados. Fiquei admirado, pois não sabia que no Porto também se cantava o Fado. Entràmos numa casa de prestigio lá para os lados da Sé. Amador, sem conhecer grande coisa e ninguém desse meio fadista, nessa noite cantava uma mulher muito bonita, de grande porte, distinta e de grande classe.Estava vestida de branco, ao contrario dos outros que acompanhavam que estavam vestidos de preto.Ao contrario do meu habito que sempre me visto de preto, eu tinha também uma camisola branca. Sentou-se ao meu lado e ficou pela noite fora no nosso grupo.Contou-me as suas dificuldades, a exploração da qual era vitima e dos seus problemas pessoais...Perdia de vista.

Anos mais tarde alguém me falou na livraria de uma "autêntica" fadista que viera para Paris e pelas indicações que essa pessoa me dera,tirei a conclusão que era a Mané e pedi-lhe o numero de telefone.Fui encontra-la numa simples mas bonita "concierge" la para o 18ème e cantava fado quando tinha convites . Dissera-me que a malta do meio não gostava muito dela "porque dava ares de boa". Fomos duas ou três vezes ao restaurante e dei-me conta que fora dois fados gravados numa compilação, a Mané não tinha disco gravado. No prédio que guardava,havia dois senhores com grandes responsabilidades na FNAC que tinham enorme admiração pela Mané porque era uma mulher culta e falava varias línguas. Pusemos logo a maquina a funcionar e assim nasceu o seu primeiro disco "subtil" .E no Samedi 18 Octobre, no Espace Reully,21 rue Hénard Paris 12ème Metro Mongallet, Mané era a convidada de honra e o lançamento do seu "subtil" fechava o "Salon du Livre et du disque Lusophone" com mais de 500 pessoas nesta bonita sala. Mas desta vez, la estava ela, radiante e vestida de um vestido preto que lhe dava um ar de rara beleza abençoando a todos com a sua voz.Tenho a certeza que este concerto foi um dos pontos mais altos da sua carreira.

Mané, là no Alto, tu sabes que este teu disco também é meu. Isto foi em 2003, depois apresentei-te um tal Renato (penso que é este o nome) que se dizia organizador de espectaculos de fado,não sei se ficaste ou não em boas mãos, dizia-se profissional...Fechei a livraria e so soube pelos jornais que estavas muito doente foi ai que realizei porque é que não me atendias o telefone e não respondias aos meus convite...Queria-te te ver mas andamos sempre atrasados nos afectos durante a "puta" desta vida. Tenho diante de mim a publicidade do Salon onde eu escrevi:
20.30 MANE - Fado "subtil"
 
"Avec son timbre de voix forgé par lèintensité d'une vie riche en douleurs et passions,la chanteuse portugaise Mané offre une interprétation très personnelle des chants populaires de son pays,qui redonne son authenticit et un nouvel essort au FADO traditionel".
 Convivium Lusophone-Joao Heitor

quarta-feira, 11 de abril de 2012

INTERIORdaMENTE

Decidi escrever umas humildes palavras para o fantástico projecto da JS da Guarda sobre o "Interior" do nosso país.
Podem consultar em: http://interiormente.org/

INTERIORdaMENTE
No interior do nosso país está um território esquecido, abandonado e exorbitado!
Foram anos e anos de políticas falhadas, décadas e décadas de más estratégicas e de falta de visão para com o território.
Criaram-se estruturas e mais estruturas, organismos e mais organismos, tutelas sem razão ou sentido.
Olhar para o presente é um acto de coragem, um acto de resistência e inconformismo. As pessoas que vivem no Interior deste País são verdadeiros heróis, Heróis com letra grande, pois o seu território é vasto e a sua história é enorme.
Mas o seu futuro é tristonho, medonho e até mortal. Porém, há imponderáveis que poderão salvar este território, a história encarregar-se-á disso… o estrangulamento do litoral, a asfixia diária destes territórios superpovoadas levará inevitavelmente ao descontrolo, à ruptura do equilíbrio necessário para uma sobrevivência que parece tornar-se, a cada dia que passa, mais difícil para aqueles que vivem nos grandes centros urbanos.
Este estado poderá acidentalmente obrigar à fuga para o interior, na qual os que partem procuram o equilíbrio saudável para uma melhor qualidade de vida. A ocorrer este fenómeno de êxodo urbano, será necessário contrariar as intenções do poder central em desguarnecer o interior deste país.
Assistimos, nos últimos meses, ao esvaziamento e encerramento diário de serviços, ontem os SAP´s dos Centros de Saúde, hoje os Tribunais, amanhã os Serviços de Finanças, para depois de amanhã os CTT, na próxima semana as Escolas e sabe-se lá mais o quê… assim se desmantela um sistema de equidade para com as populações deste território.
O interior está farto de promessas e mais promessas, mais umas eleições e mais um discurso prometedor… passam as eleições e o interior mais interior, mais esquecido, mais ostracizado.
O diagnóstico está há muito tempo feito, sabemos quais as fragilidades e as fraquezas, por isso, só vislumbramos dois caminhos para a salvação deste território. Com efeito, ou de uma vez por todas o poder central se preocupa com o território e incentiva políticas de protecção de capitalização de investimento e serviços para o interior, ou então espera que o tempo se encarregue de trazer o que nos levou – PESSOAS.
As potencialidades deste Interior são imensas, nunca sendo demais relembrar a riqueza do seu inestimável património,a riqueza da sua produção endógena, a riqueza do turismo de natureza e porque não do turismo do silêncio, a riqueza do solo, a riqueza da flora e da fauna, e, até como disse Virgílio Ferreira, este território poderá ser um bom lar para morrer.
Mas tudo isto só poderá ser potencializado se o poder político for sensível, perseverante e firme na implementação de medidas que possibilitem e potenciem a almejada coesão territorial.
É no interior da mente que estão os afectos, os sentimentos, é no interior da mente que está a razão, é no interior da mente que está a lógica…é no interior da mente que estão as nossas potencialidades, para salvarmos o presente, projectando o futuro e recordando o passado!
Cláudio Heitor Rebelo
(Psicopedagogo)
(um Português que decidiu deixar o Litoral por acreditar no Interior deste país)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Um ano depois...

Recorrendo a uma analepse, estamos há um ano atrás e o 1º ministro José Sócrates apresenta o PEC IV com o acordo da UE e da Sr.ª Merkel. Este acordo evitaria a entrada da Troika e, assim respiraríamos, à semelhança de outros países europeus, com algum alivio e desafogo, não tendo que recorrer a ajudas externas. Eis que então, que o líder da oposição Passos Coelho mais o “pantelho” do Catroga, com a aquiescência do Anibal, diz ao país: “Não aceitamos mais sacrifícios aos portugueses, por isso votamos contra este PEC IV”. A história segue como sabemos… eleições, promessas e certezas do líder do PPD/PSD: “ Comigo a ideia de cortar os subsídios de férias ou de Natal seria um DISPARATE EXTRAORDINÁRIO!” Eis que fez o contrário.

Agora promete, ele e o Gaspar, que em 2015 haverá novamente subsídios pois bem, em 2015 já não será 1º ministro, nem o Gaspar o profeta dos números… é a sina dos governos de coligação, nunca chegam ao fim!

Passos Coelho prometeu que não iria à carteira dos mais desprovidos. Foi! Que não aumentava impostos, lol…Passos Coelho declarou que não continuava com aumentos escandalosos. Aumentou. Prometeu um governo mais pequeno, com menos assessores e mordomias, MENTIU, aumentou o nº de Secretarias de Estado e não podemos comparar as assessorias pois, a qualquer momento, surge mais uma nomeação… Comprometeu-se a não referir as políticas do anterior governo. Quebrou esse compromisso e sempre que não tem argumentos para justificar as suas incompetências, lá apresenta ele o homem, o causador de todas as crises, nacional e internacional, o grande causador de toda a crise na Grécia, na Espanha, na Itália, na Irlanda, na Bélgica e quiçá nos Estados Unidos…José Sócrates.

Enfim, não vamos falar das nomeações da Caixa Geral de Depósitos e de outras em tudo semelhantes nas quais o único critério é o cartãozinho do PPD… Sabemos como as coisas funcionam mas quem não quer ser lobo não lhe veste a pele e lembramo-nos bem das promessas eleitorais: “Comigo não haverá promiscuidade nas nomeações… Guarda, Maio de 2011”.

O que todos sabemos e os portugueses sabem-no muito bem, é que:
“UM ANO DEPOIS, COM PASSOS COELHO, os JUROS passaram de 8,5% para 12,7% e DESEMPREGO passou para 15%. O IVA, na electricidade e gás, passou de 6% para 23% e na restauração de 12% para 23%. OS COMBUSTÍVEIS batem recordes históricos, a administração pública ficou sem os subsídios de férias e Natal; a ECONOMIA afundou-se e o indicador de CONFIANÇA está em mínimos históricos. O DÉFICE ORÇAMENTAL aumentou para 4,5% e a DÍVIDA PÚBLICA passou de 107,8% para 112,5%. A TRAGÉDIA DA DIREITA TROUXE A TRAGÉDIA AO PAÍS!” (gotadeagua53@blogspot.com)

Este (des)governo há muito que perdeu a graça, porém a oposição necessita de se reencontrar e urge aparecer um líder que faça os portugueses acreditarem que este neoliberalismo levará, por fim, o país ao suicídio.

terça-feira, 20 de março de 2012

Aumentos salariais...

Há quanto tempo é que não se ouve falar em aumentos salariais? tudo aumenta com excepção os vencimentos, isto é, não contando com os Mexias, Catrógas, Pinas Mouras, Coelhos, Nogueiras Leites e tantos outros...
Aumento salarial, lol, para quando?

terça-feira, 13 de março de 2012

Demita-se, senhor Primeiro-Ministro

Mais um texto para reflectir sobre esta desorientação governamental...
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Nicolau Santos, na sua habitual coluna do semanário "Expresso", desnudava a alma, com estes termos? Sr primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes?. Também eu, senhor Primeiro-Ministro. Só me apetece rugir!...
O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento. O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem, e aos agricultores para não cultivarem.
O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias. E você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus?Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda.
Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.
Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?O Senhor burlou-nos e espoliou-nos.
Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto. Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes!!! superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro. Outro exemplo: as parcerias publico-privadas, grande sugadouro das finanças públicas. Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V.Exa cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!
Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-Ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuina ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal.
O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.
Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O fantasma de Paris!

Há pouco mais de um mês li um artigo do Miguel Sousa Tavares, no Expresso, que explica bem o poder de José Sócrates. O poder de um verdadeiro politico e que o coloca, na minha modesta opinião, o melhor 1º Ministro de todos os tempos.

Mantenho a ideia que um dia será feita a devida justiça a José Sócrates. Um politico determinado que governou durante 6 anos o país e que tinha uma estratégia para o modernizar, torná-lo num país da linha da frente, porém, houve situações de ordem exógena que tornaram impossível a sua "pacifica" resolução.


Mas o tempo o dirá e até lá convém reflectir lendo este e outros artigos que paulatinamente vêm colocar um pouco de verdade.
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O fantasma de Paris

Uma curta e inócua declaração de José Sócrates em Paris, numa palestra informal, foi o suficiente para agitar todo o país político e desenterrar os ódios adormecidos contra o homem que nos governou até Junho passado. Como qualquer pessoa de boa fé percebeu, mesmo truncada e fora de contexto e mesmo antes de explicada pelo seu autor, a frase de Sócrates limitava-se a constatar uma evidência: que nem Portugal nem qualquer outro país pode ser confrontado com a demonstração de que seria capaz de pagar de imediato toda a sua dívida externa; tem apenas de a gerir, mantendo-a sob controlo. Para quem não saiba, Portugal acabou de pagar, há um par de anos, dívidas que vinham do tempo da implantação da República e o mesmo fez a Alemanha, por exemplo, com dívidas dos anos vinte do século passado. A razão por que os países acumulam dívida é a mesma razão pela qual a acumulam as empresas e as famílias: para se poderem desenvolver. Salazar não acumulou dívidas mas, em compensação, entregou o país mais pobre da Europa, a seguir à Albânia. Os países não são supostos poder e dever pagar toda a sua dívida de imediato, por intimação dos mercados ou das agências de rating, tal como não são as famílias e as empresas. Aquilo que interessa, e que Sócrates destacou, é saber gerir a dívida: não deixar que o seu custo, o chamado serviço da dívida (amortização mais juros) atinja um ponto em que se torna mais elevado do que os benefícios proporcionados pelos empréstimos contraídos – porque aí o que estamos a fazer é a roubar as gerações seguintes. Foi isso que nos escapou nos últimos anos – a nós e a toda a Europa e Estados Unidos. Assim, tanto Maastricht como a recente cimeira europeia de Bruxelas, não pretenderam proibir em absoluto o défice e as dívidas, mas estabelecer-lhes limites considerados sustentáveis – 3% do PIB antes e 0,5% agora para o défice, e 60% para a dívida acumulada.



A esta luz, temos de ler nas reacções quase histéricas às palavras de Sócrates (exceptuou-se Passos Coelho), uma explicação de outro tipo: o país, civil e político, procura afanosamente um bode expiatório para os males que o atingiram e José Sócrates é o alvo talhado à medida. Pouco importa, aliás, que a crise tenha nascido de fora para dentro e que atinja por igual todo o mundo em que vivemos: encontrar um culpado nosso serve de catarse para nos livrar a todos da culpa colectiva pelos erros que foram exclusivamente nossos. Convém, pois, fazer um exercício que os portugueses detestam: refrescar a memória.



José Sócrates começou a governar em 2005, recebendo um país com um défice de 6,83%, após dois governos PSD/CDS, numa altura em que não havia crise alguma, nem problema algum na economia e nos mercados. Para mascarar um défice inexplicável, os ministros das Finanças desses governos, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, foram pioneiros na descoberta de truques de engenharia orçamental para encobrir a verdadeira dimensão das coisas: despesas passadas para o ano seguinte e receitas antecipadas, e nacionalização de fundos de pensões particulares, como agora.



Em 2009, quando terminou o seu primeiro mandato e se reapresentou a eleições, o governo de Sócrates tinha baixado o défice para 2,8%, sendo o primeiro em muitos anos a cumprir as regras da moeda única. O consenso em roda da política orçamental prosseguida e do desempenho do ministro Teixeira dos Santos era tal que as únicas propostas e discordâncias da oposição, de direita e de esquerda, consistiam sistematicamente em propor mais despesa pública. E, quando se chegou às eleições, o défice nem foi tema de campanha, substituído pelo da “ameaça às liberdades” (por favor, consultem os jornais da época).



Logo depois, rebentou a crise do subprime nos Estados Unidos e Sócrates e todos os primeiros-ministros da Europa receberam de Bruxelas ordens exactamente opostas às que agora dá a sra. Merkel: era preciso e urgente acorrer à banca, retomar em força o investimento público e pôr fim à contenção de despesa, sob pena de se arrastar toda a União para uma recessão pior do que a de 1929. E assim ele fez, como fizeram todos os outros, até que, menos de um ano decorrido, os mercados e as agências se lembraram de questionar subitamente a capacidade de endividamento dos países: assim nasceu a crise das dívidas soberanas. Porém, não me lembro de alguém ter questionado, nesse ano decisivo de 2009, a política despesista que Sócrates adoptou, a conselho de Bruxelas. Pelo contrário, quando Teixeira dos Santos (o único que nunca deixou de querer controlar o défice), começou a avançar com os PEC, todo o país – partidário, autárquico, empresarial, corporativo e civil – se levantou, indignado, a protestar contra os “sacrifícios” e a suave subida de impostos. Passos Coelho quase chorou, a pedir desculpa aos portugueses por viabilizar o PEC 3, que subia as taxas máximas de IRS de 45 para 46,5% (que saudades!). E há um ano (se não se lembram, consultem os jornais), para viabilizar o orçamento ainda em vigor, mandou Eduardo Catroga reunir-se em longas e dramáticas sessões com Teixeira dos Santos em que aquilo que os separava era garantir um pouco mais de despesa do Estado para satisfazer as bases sociais-democratas.



O erro de Sócrates foi exactamente o de não ter tido a coragem de governar contra o facilitismo geral e a antiquíssima maldição de permitir que tudo em Portugal gire à volta do Estado: os contratos, as empreitadas, os empregos - até as fundações privadas. Quando ele, na senda dos seus antecessores desde Cavaco Silva (que foi o pai do sistema) se lançou na política de grandes empreitadas e obras públicas, escrevi aqui incansavelmente contra as auto-estradas inúteis, as barragens da EDP, um TGV e novos-ricos, um terminal de contentores em Lisboa sem sentido nem transparência alguma, uma nova ponte e um aeroporto para Lisboa que, todos, sem excepção, defenderam. O que me lembro de ter visto, então, foi toda a gente – empresários, banqueiros, autarcas, confederações patronais e centrais sindicais – explicarem veentemente que não se podia parar co o “investimento público”, e vi todas as corporações do país – professores, magistrados, médicos, militares, agricultores – baterem-se com unhas e dentes e apoiados por partidos de direita e de esquerda contra qualquer tentativa de reforma que pusesse em causa os seus privilégios, sustentados pelos dinheiros publicos. O erro de Sócrates foi ter desistido e cedido a esta uninimidade de interesses instalados, que confunde o crescimento económico com a habitual tratação entre o Estado e os seus protegidos. Mas ainda me lembro de um governo presidido por Santana Lopes apresentar um projecto de TGV que propunha, não uma linha Lisboa-Madrid, mas sim cinco linhas, incluindo a fantástica ligação Faro-Huelva em alta velocidade. E o país, embasbacado, a aplaudir!



Diferente disso é a crença actual de que a dívida virtuosa – a que é aplicada no crescimento sustentado da economia e assegura retorno – não é essencial e que a única coisa que agora interessa é poupar dinheiro seja como for, sufocando o país de impostos e abdicando de qualquer investimento público que garanta algum futuro. Doentia é esta crença de que governat bem é empobrecer o país. Doente é um governante que aconselha os jovens a largarem a “zona de conforto do desemprego” e emigrarem. Doente é um governo que, confrontado com mais de 700.000 desempregados e 16.000 novos a cada mês, acha que o que importa é reduzir o montante, a duração e a cobertura do subsídio de desemprego. Doente é um governo que, tendo desistido do projecto de transformar Portugal pioneiro dos automóveis eléctricos, vê a Nissan abandonar, consequentemente, o projecto de fábrica de baterias de Aveiro, e encolhe os ombros, dizendo que era mais um dos “projectos no papel do engº. Sócrates”. Doente é um governo que acredita poder salvar as finanças públicas matando a economia.



O fantasma do engº. Sócrates pode servir para o prof. Freitas do Amaral mostrar mais uma vez de que massa é feito, pode servir para uns pobres secretários de Estado se armarem em estadistas ou para os jornais populistas instigarem a execução sumária do homem. Pode servir para reescrever a história de acordo com a urgência actual, pode servir para apagar o cadastro e as memórias inconvenientes e serve, certamente, para desresponsabilizar todos e cada um: somos uns coitadinhos, que subitamente nos achámos devedores de 160.000 milhões de euros que ninguém, excepto o engº. Sócrates, sabem em que foram gastos. Ninguém sabe?



Miguel Sousa Tavares no Expresso de 17/12/2011

domingo, 29 de janeiro de 2012

Grito de um livreiro!

Porque conheço e convivo com o meu tio livreiro e com alguns dos seus momentos de voluntariado por uma causa bem nobre, a de divulgar a nossa literatura, divulgar o nosso genoma literário... no fundo, a forma de levar o pensamento, o sentir português aos quatro cantos do mundo...
Depois de sentir as dificuldades deste português que sempre quis divulgar a cultura lusófona na Cidade das Luzes, resistindo a este mundo globalizante, sem regras e ou ética. Lá ia resistindo às Fnac´s e outras grandes magazines que, sem dar hipótese à concorrência vendiam pacotes de boa e má literatura, enfim, tudo o que o mundo actual nos oferece, ao preço da chuva. Os tempos são outros, são tempo de abate, matam-se sem dó os livreiros, uma classe sem sindicato, uma classe sem apoios, como consequência fecham-se livrarias, ontem a Lusóphone, hoje a livraria Portugal, amanhã talvez a Almedina e, para a próxima semana, serão umas tantas a encerrar as portas e a liquidar a Literatura.
A propósito, deixo um pequeno texto do meu tio João que postou no meu mural do facebook, no dia que completei 37 primaveras. É um grito que me emocionou e que não poderia deixar de publicar.

Desculpem-me, deixem-me gritar: Merda! Onde estão os Homens da minha Terra? Onde estão os poetas? Os pintores? Os escritores? Os intelectuais? morreram todos? Após um dia de trabalho à volta dos livros, leio uma mensagem de um grupo de amigos livreiros noticiando o próximo encerramento da Livraria Portugal, ali mesmo no Chiado. Sou do tempo em que não havia internet e que os portes dos livros para o estrangeiro custavam, às vezes, mais do que os livros e era obrigado agarrar na carrinha e saltar as fronteiras à procura de"contrabando cultural".

Quando chegava a Lisboa, a primeira coisa que fazia, antes de passar nos editores, era de ir à LIVRARIA PORTUGAL a ver as novidades, as cores das capas,o cheiro dos livros e, sobretudo, falar com os meus Amigos livreiros que estavam ao corrente de tudo que era livro. Com o carro carregado e preste a voltar à França recebia sempre um telefonema que dizia "João Heitor preciso dum livro..." e corria eu à Portugal porque era o sitio mais certo para encontra-lo. E assim nascem as amizades entre livreiros e o desconto da "praxe" nem era preciso "regatear".

Fecha a LIVRARIA CAMÕES no Rio de Janeiro e fecha agora a LIVRARIA PORTUGAL em Lisboa, ali mesmo no Chiado onde se ouvem ainda os passos de um Fernando Pessoa, de um Eça, de um José Régio, Almada Negreiros para não falar do Saramago e outros que por ali andam e andarão até à destruição do Chiado.

Um país sem livreiros e sem livrarias é um país mais tacanho e menos culto, é mais arrogante e menos livre, é menos feliz e com um futuro menos risonho. Na minha Terra as portas dos lugares onde transita o saber, fecham-se. Na minha Terra se abrem AS PORTAS DA EMIGRAÇÃO... Ah Terra em que os políticos te transformaram em Terra Madastra em terra que não pão...


Um abraço para todos os que fizeram desta livraria, com o nome de Portugal, uma referência para todas as livrarias e livreiros portugueses.


João Heitor, livreiro e editor em Paris (espécie de animal em vias de extinção mas mas não protegida).