terça-feira, 2 de outubro de 2012

Grande imbróglio tem o Partido Socialista nas suas mãos.

Grande imbróglio tem o Partido Socialista nas suas mãos, depois do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista anunciarem apresentação de uma Moção de Censura.
 
 
Hipótese A - Se vota a favor é feita a seguinte leitura - o PS é um partido irresponsável, que quer o poder a todo custo, que segue a reboque da esquerda também esta irresponsável. Não tem palavra, uma vez que disse que não aprovava uma moção de censura se o governo recuasse com a TSU. Este recuou e agora aprova uma moção de censura?

Hipótese B- Abstenção - prova que o PS quer passar entre os pingos da chuva sem se molhar. Irresponsáveis, não tomam decisão, mostrando que não quer saber do país. Delega o palco político para os partidos à sua esquerda, deixando que o descontentamento dos cidadãos para com este governo seja capitalizado pelo BE e pela CDU;
 
 
Hipótese C – Vota contra a moção de censura – o Partido Socialista está amarrado aos partidos que sustentam o Governo - “é tudo igual, PS, PSD e PP”. O PS ficaria ao lado destas políticas do governo e dificilmente, nos próximos tempos, se descolaria do governo. Passaria a ser conivente com todo o mau estar do país. O PS deixa de ter coerência e clarividência com tudo aquilo que tem vindo a dizer! E mostra que não está disponível para fazer pontes com os partidos à sua esquerda.
Em suma, qualquer das soluções a ser aplicada serão de difícil gestão, e será também difícil que o PS não fique “chamuscado”. Mas há alguns aspectos a considerar e que convêm lembrar:
A esquerda (BE e CDU), há pouco mais de um ano, juntou-se à direita para derrubar um governo socialista. Se hoje estamos pior, é bom recordar que a responsabilidade é também destes dois partidos.
Neste momento, Passos Coelho, além de não ter estratégia/rumo para o país não tem mão no governo/coligação, no entanto esta moção pode servir de balão de oxigénio e possibilitar, por mais algum tempo, a permanência deste governo em puro desvanecimento. (vitimização). Lembram-se do que o Sr. Passos Coelho disse sobre o PEC IV, quando Sócrates foi negociar com a Sr.ª Merkel sem passar cavaco ao maior partido da oposição...
Por falar em Passos Coelho, este rapaz não aprende, pelo parece continua a pedir ao Sr. Aníbal que o mande embora. Então vai fechar acordos a Bruxelas – com medidas de substituição à TSU - e não diz nada ao principal partido da oposição, nem aos parceiros sociais. E agora, quer uma concertação social?
Convém lembrar que, face a todo este “carnaval político”, é Paulo Portas, neste momento, o homem mais poderoso do país. O futuro “próximo” da política portuguesa está nas suas mãos e tudo depende da sua vontade, uma vez que ele tem o poder de decidir até quando perdurará esta coligação.
Por último, não entendo esta posição conjunta do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, ficando condicionados até ao final do próximo verão, já que não poderão subscrever mais nenhuma moção de censura, uma vez que por ano de legislatura só se pode apresentar uma única moção.
Pergunto: Para quê, esta moção conjunta? Estoirar “cartuchos” desta maneira... e, uma vez mais, o PS condicionado...

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