O País ainda não acordou... vive numa profunda letargia que ofusca a realidade...
O início do próximo ano está aí e tudo será diferente, diferente para pior. Tudo será mais caro, as portagens, as taxas moderadoras, a luz, a água, as telecomunicações, os benefícios fiscais, os transportes ditos públicos, em suma tudo será mais caro, em claro contraste com os ordenados.
Torna-se natural perguntar: Qual a saída para toda esta desgraça?
Emigrar é a resposta dada pelos senhores governantes...ao que parece que existe um excesso de portugueses em Portugal.
Não é nenhuma novidade pois há algumas semanas, um secretário de Estado para a Juventude apontava a Emigração como caminho para a Salvação dos estudantes. Agora há poucos dias, o Sr. 1º Ministro disse que os professores desempregados deviam emigrar para os países lusófonos, nos quais encontrariam a felicidade. Até parece que os incentivos à língua Portuguesa é a grande paixão deste governo! Para compor o ramalhete, veio o dr. Telmo Correia, com a sua sabedoria cristã dizendo que este é o caminho, este é o destino.
Pois bem, e os velhos? como escreveu Baptista Bastos, "Que fazer dos velhos que enchem os jardins e a paciência de quem governa? Os velhos não servem para nada, nem sequer para mandar embora, não produzem a não ser chatices, e apenas valem para compor o poema do O'Neill, e só no poema do O'Neill eles saltam para o colo das pessoas. Os velhos arrastam-se pelas ruas, melancólicos, incómodos e inúteis, sentam--se a apanhar o sol; que fazer deles?
O início do próximo ano está aí e tudo será diferente, diferente para pior. Tudo será mais caro, as portagens, as taxas moderadoras, a luz, a água, as telecomunicações, os benefícios fiscais, os transportes ditos públicos, em suma tudo será mais caro, em claro contraste com os ordenados.
Torna-se natural perguntar: Qual a saída para toda esta desgraça?
Emigrar é a resposta dada pelos senhores governantes...ao que parece que existe um excesso de portugueses em Portugal.
Não é nenhuma novidade pois há algumas semanas, um secretário de Estado para a Juventude apontava a Emigração como caminho para a Salvação dos estudantes. Agora há poucos dias, o Sr. 1º Ministro disse que os professores desempregados deviam emigrar para os países lusófonos, nos quais encontrariam a felicidade. Até parece que os incentivos à língua Portuguesa é a grande paixão deste governo! Para compor o ramalhete, veio o dr. Telmo Correia, com a sua sabedoria cristã dizendo que este é o caminho, este é o destino.
Pois bem, e os velhos? como escreveu Baptista Bastos, "Que fazer dos velhos que enchem os jardins e a paciência de quem governa? Os velhos não servem para nada, nem sequer para mandar embora, não produzem a não ser chatices, e apenas valem para compor o poema do O'Neill, e só no poema do O'Neill eles saltam para o colo das pessoas. Os velhos arrastam-se pelas ruas, melancólicos, incómodos e inúteis, sentam--se a apanhar o sol; que fazer deles?
Talvez não fosse má ideia o Governo, este Governo embaraçado com a existência de tantos portugueses, e estorvado com a persistência dos velhos em continuar vivos, resolver oferecer-lhes uns comprimidos infalíveis, exactos e letais. Nada que a História não tivesse já feito. Os celtas atiravam os velhos dos penhascos e seguiam em frente, sem remorsos nem pesares. "
Porém existem ainda outros problemas, como a fome e esta é transversal desde os mais novos aos mais velhos. Hoje as escolas, servem de refeitório e de grande ajuda para crianças de barriga vazia. Graças a medidas reformistas do anterior executivo permite que hoje a "escola" seja um albergue de felicidade. A escola tornou-se apetecível para muitas crianças, mais do que nunca é o local em que podemos aprender, aprender e também comer...Alimentar o ego, alimentar a esperança que um dia tudo será diferente, tudo será melhor.
Porém, existem escolas já não têm o que lhes dar. Há cantinas que reabrem, mesmo durante as férias, e sempre se arranja uma carcaça, um leite morno, nada mais, oferecidos por quem dá o pouco que não tem.
Aliada à fome virá mais miséria, mais insegurança, mais violência, mais assaltos, mais vandalismos, mais roubos e uma maior instabilidade social. Como se pôde assistir aos últimos acontecimentos, este foi o mês das greves, foi mês de polémicas entre PSD e PS, foi mês de discussão sobre pontes, feriados e férias, foi o mês da polémica introdução de portagens nas antigas Scut.... Este é o tónico para o virar de ciclo, para o virar de rumo, para o aumentar de muitas dores de cabeça para os portugueses...
São muitos os silêncios que não auguram nada de bom para os próximos tempos e como escreveu há dias uma professora no facebook uma carta ao Senhor primeiro-ministro, em que dizia:" vou poupá-lo a mais pormenores sobre a minha vida. Tenho a dizer-lhe o seguinte: faço hoje 42 anos. Sou doutoranda e investigadora da Universidade do Minho. Os meus pais, que deviam estar a reformar-se, depois de uma vida dedicada à investigação, ao ensino, ao crescimento deste país e das suas filhas e netos, os meus pais, que deviam estar a comprar uma casinha na praia para conhecerem algum descanso e descontracção, continuam a trabalhar e estão a assegurar aos meus filhos aquilo que eu não posso. Material escolar. Roupa. Sapatos. Dinheiro de bolso. Lazeres. Actividades extra-escolares.
Quanto a mim, tenho actualmente como ordenado fixo 405 euros X 7 meses por ano. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. A universidade na qual lecciono há 16 anos conseguiu mais uma vez reduzir-me o ordenado. Todo o trabalho que arranjo é extra e a recibos verdes. Não sou independente, senhor primeiro-ministro. Sempre que tenho extras tenho de contar com apoios familiares para que os meus filhos não fiquem sozinhos em casa. Tenho uma dívida de mais de cinco anos à Segurança Social que, por sua vez, deveria ter fornecido um dossier ao Tribunal de Família e Menores há mais de três a fim que os meus filhos possam receber a pensão de alimentos a que têm direito pois sou mãe solteira. Até hoje, não o fez.
Tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: nunca fui administradora de coisa nenhuma e o salário mais elevado que auferi até hoje não chegava aos mil euros. Isto foi ainda no tempo dos escudos, na altura em que eu enchia o depósito do meu Renault Clio com cinco contos e ia jantar fora e acampar todos os fins-de-semana. Talvez isso fosse viver acima das minhas possibilidades. Talvez as duas viagens que fiz a Cabo-Verde e ao Brasil e que paguei com o dinheiro que ganhei com o meu trabalho tivessem sido luxos. Talvez o carro de 12 anos que conduzo e que me custou 2 mil euros a pronto pagamento seja um excesso, mas sabe, senhor primeiro-ministro, por mais que faça e refaça as contas, e por mais que a gasolina teime em aumentar, continua a sair-me mais em conta andar neste carro do que de transportes públicos. Talvez a casa que comprei e que devo ao banco tenha sido uma inconsciência mas na altura saía mais barato do que arrendar uma, sabe, senhor primeiro-ministro. Mesmo assim nunca me passou pela cabeça emigrar…
Mas hoje, senhor primeiro-ministro, hoje passa. Hoje faço 42 anos e tenho a dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: Tenho mais habilitações literárias que o senhor. Tenho mais experiência profissional que o senhor. Escrevo e falo português melhor do que o senhor. Falo inglês melhor que o senhor. Francês então nem se fale. Não falo alemão mas duvido que o senhor fale e também não vejo, sinceramente, a utilidade de saber tal língua. Em compensação falo castelhano melhor do que o senhor. Mas como o senhor é o primeiro-ministro e dá tão bons conselhos aos seus governados, quero pedir-lhe um conselho, apesar de não ter votado em si.
Agora que penso emigrar, que me aconselha a fazer em relação aos meus dois filhos, que nasceram em Portugal e têm cá todas as suas referências? Devo arrancá-los do seu país, separá-los da família, dos amigos, de tudo aquilo que conhecem e amam? E, já agora, que lhes devo dizer? Que devo responder ao meu filho de 14 anos quando me pergunta que caminho seguir nos estudos? Que vale a pena seguir os seus interesses e aptidões, como os meus pais me disseram a mim? Ou que mais vale enveredar já por outra via (já agora diga-me qual, senhor primeiro-ministro) para que não se torne também eleum excedentário no seu próprio país? Ou, ainda, que venha comigo para Angola ou para o Brasil por que ali será com certeza muito mais valorizado e feliz do que no seu país, um país que deveria dar-lhe as melhores condições para crescer pois ele é um dos seus melhores – e cada vez mais raros – valores: um ser humano em formação.
Bom, esta carta que, estou praticamente certa, o senhor não irá ler já vai longa. Quero apenas dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: aos 42 anos já dei muito mais a este país do que o senhor. Já trabalhei mais, esforcei-me mais, lutei mais e não tenho qualquer dúvida de que sofri muito mais. Ganhei, claro, infinitamente menos. Para ser mais exacta o meu IRS do ano passado foi de 4 mil euros. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. No ano passado ganhei 4 mil euros. Deve ser das minhas baixas qualificações. Da minha preguiça. Da minha incapacidade. Do meu excedentarismo. Portanto, é o seguinte, senhor primeiro-ministro: emigre você, senhor primeiro-ministro. E leve consigo os seus ministros. O da mota. O da fala lenta. O que veio do estrangeiro. E o resto da maralha. Leve-os, senhor primeiro-ministro, para longe. Olhe, leve-os para o Deserto do Sahara. Pode ser que os outros dois aprendam alguma coisa sobre acordos de pesca."
Por último, termino prefaciando uma vez mais BB:
"Para que serve este Governo?, a quem favorece, a quem brinda, a quem satisfaz? Podem, em consciência, os seus panegiristas passar ao lado das infâmias a que assistimos, e continuar omissos ou desbragadamente cortesãos? Podem. É ao que temos vindo a assistir. O Governo administra o ódio e o desprezo com a indiferença gélida de quem não é por nós. Diz-se que o anterior Executivo vivia da e na mentira. Este subsiste de quê?"