Orphicus – Searching for the right melody
Com alguma mitologia presente neste espaço; todos os silêncios servirão de oráculo e à posteriori reflexão sobre a vida mundana que assistimos impotentes com sibilos cúmplices de pacto com outro lado nefasto da corte.
Orphicus será nada mais do que a sumptuosidade de Orpheu dos tempos modernos, galopando por sítios empedrados de vontades embriagadas, com melodias, que certamente nos irão encantar, com o sublime perfume de contagiar a assiduidade de todos nós.
Para quem desconhece Orpheu deixo uma breve sinopse, que servirá de introdução a este blogue…
“A música era um privilegiado, de entrar em contacto com os deuses. Acreditava-se mesmo que eles eram os inventores da música, como confirmam uma série de mitos, como o de Hermes, na mitologia grega, que, partindo em busca das vacas de Apolo, encontra uma corajosa tartaruga que caminha ao seu encontro. Ele tem uma ideia e diz à tartaruga: “Não serei como aqueles que só têm desprezo por ti. Vou extrair qualquer coisa de ti, de maneira a que, mesmo morta, ainda possas cantar!” Sem deixar sequer que ela solte um protesto, Apolo mata-a, vira-a do avesso, esvazia-a, corta algumas canas que fixa na carapaça, estende por baixo uma tira de pele de boi, arranja algumas tripas de cabra, sete, que transforma em cordas: do silêncio daquela carapaça saíram sons, a lira tinha nascido.
Orpheu aperfeiçoará este instrumento, que se tornará a cítara, acrescentando duas cordas suplementares. Com os seus dedos, o instrumento adquire o poder mágico de encantar todas as criaturas, transformando-as em animais ferozes, em plantas que se inclinam à sua passagem, em pedras que estremecem ao escutá-lo. Durante a expedição dos Argonautas ele acalma mesmo, graças ao canto, as vagas imparáveis de uma tempestade, seduz as temíveis Sereias, impondo a sua música à delas…”
Poderia continuar a descortinar outras passagens de cumplicidade com a sua amada Eurídice, ou/e focar histórias e personagens, que alteraram o seu instinto/comportamento, tais como:
- O cão Tântalo que não mordeu Orpheu;
- Sisífo, o mudo, que deixa de empurrar o seu rochedo;
- Danaídas, deixam de tirar água;
- Hades e Perséfone que emudecem;
Em suma, que uma bela melodia, só será mesmo eloquente, se não ocorrer uma nota em falso, já que, o silêncio, poderá ser fatal, tal como aconteceu a Orpheu….fugiu para sempre só.
Deixo a Sugestão de Marc de Smedt – “Elogio do Silêncio” (pág.58)
Não sei muito bem, no que isto vai dar, enfim….nada melhor do que iniciar uma caminhada com a sensação de Caos…
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