A política de Sócrates falha essencialmente no excesso da política de Guterres, o Diálogo.
Se Sócrates não fosse assaz arrogante e conseguisse explicar com alguma humildade aos Portugueses as suas reformas, de modo a que estes as entendessem, estaríamos certamente próximos de uma nova maioria absoluta.
Vejamos, como exemplo, esta última medida apresentada no programa eleitoral para as próximas legislativas, que consiste na promessa de uma “conta futuro“ de 200 euros por cada bebé que nasça. A informação, hoje avançada pelo porta-voz João Tiago Silveira, revela que o dinheiro será depositado em nome do bebé, podendo ser levantado quando o titular completar 18 anos.
Entretanto, até essa data, os pais poderão reforçar a conta, através de deduções fiscais, em muito semelhantes às estabelecidas para as contas Poupança Reforma.
Ora aqui está uma bela medida mas que tem o seguinte ónus, o porquê só agora, levando-nos a questionar porque não foi esta executada ao longo da legislatura ainda em vigor. Tal como inúmeras outras, para os Portugueses, em geral, esta iniciativa é vista como uma mera promessa eleitoral.
Sócrates perdeu, ou melhor não foi capaz de dialogar com o País ao longo destes 4 anos, colocando-se agora a seguinte dúvida:
Será que os portugueses estão interessados em ouvi-lo?
Mais do que socialista sou esquerdista, razão pela qual sou obrigado a reconhecer a capacidade reformista de Sócrates, o que faz de mim um defensor asserido das suas medidas. Não obstante, não partilho da forma como implementou as mesmas.
Sócrates é o primeiro-ministro que o país precisou, precisa e precisará para sair desta crise nacional e global, mas o seu problema comunicacional torna-se o seu “calcanhar de Aquiles ou língua de Aquiles” enquanto espera por uma resposta eleitoral.