sábado, 8 de março de 2014

O Dia da Mulher


A comemoração do dia da mulher, no meu ponto de vista, não passa de um embuste, de uma pífia forma de se dizer que vivemos numa sociedade com paridade de género. A mulher deve continuar a lutar por uma igualdade de oportunidades, de direitos e de prazer… lutar contra uma sociedade sexista e sectária, continuando a discriminar a orientação sexual, a religião, a cor politica e o género. A vida só é possível com a existência de homens e mulheres. Sem a mulher não há vida, logo a sua relevância e importância ao longo dos 365 dias do ano e, daí a não pertinência da existência de uma data para recordar a humilhação, a subjugação de direitos que termina neste dia em jantares de mulheres com o direito a beber uns copos, por vezes em exagero, com uns karaokes partys à mistura...  

Na esfera política, as mulheres demostraram a mesma capacidade de intervenção e de pensamento critico. Recordo a camarada Silvina Almeida, uma mulher que conheci e que me ensinou a gostar da política. Mas tantas outras, importantes na vida cívica, literária e académica deste país: Carolina Beatriz Ângelo, Adelaide Cabete, Carolina Michaëlis, Sophia de Mello Breyner, Maria de Lurdes Pintasilgo, Florbela Espanca e tantas, tantas mais…

De nada vale um homem, que pense que que é o dono do mundo e que viva na ilusão de ser dono das mulheres. Por vezes, o pensamento humano é frágil, mesquinho e perverso, até Nietzche, foi levado ao machismo que devemos abominar: “Vais ver mulheres? Não esqueças o açoite.”, e Shakespeare: “Fraqueza, teu nome é mulher”.

Mas o que seria de mim sem as “minhas” mulheres, sem as minhas avós, a minha mãe, a minha mulher, a minha filha e a outra que vem a caminho… De facto nasci para viver entre as mulheres!

Não faz sentido comemorar o dia da mulher, mas sim comemorar os minutos, as horas, os dias, os anos e a vida ao lado dela… caminhando juntos é possível uma sociedade mais igual, mais altruísta, mais madura e mais moderna!

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