A comemoração do dia da mulher,
no meu ponto de vista, não passa de um embuste, de uma pífia forma de se dizer
que vivemos numa sociedade com paridade de género. A mulher deve continuar a
lutar por uma igualdade de oportunidades, de direitos e de prazer… lutar contra
uma sociedade sexista e sectária, continuando a discriminar a orientação sexual,
a religião, a cor politica e o género. A vida só é possível com a existência de
homens e mulheres. Sem a mulher não há vida, logo a sua relevância e
importância ao longo dos 365 dias do ano e, daí a não pertinência da existência
de uma data para recordar a humilhação, a subjugação de direitos que termina
neste dia em jantares de mulheres com o direito a beber uns copos, por vezes em
exagero, com uns karaokes partys à mistura...
Na esfera política, as mulheres demostraram
a mesma capacidade de intervenção e de pensamento critico. Recordo a camarada Silvina
Almeida, uma mulher que conheci e que me ensinou a gostar da política. Mas tantas
outras, importantes na vida cívica, literária e académica deste país: Carolina
Beatriz Ângelo, Adelaide Cabete, Carolina Michaëlis, Sophia de Mello Breyner, Maria
de Lurdes Pintasilgo, Florbela Espanca e tantas, tantas mais…
De nada vale um homem, que pense
que que é o dono do mundo e que viva na ilusão de ser dono das mulheres. Por
vezes, o pensamento humano é frágil, mesquinho e perverso, até Nietzche, foi
levado ao machismo que devemos abominar: “Vais ver mulheres? Não esqueças o
açoite.”, e Shakespeare: “Fraqueza, teu nome é mulher”.
Mas o que seria de mim sem as “minhas”
mulheres, sem as minhas avós, a minha mãe, a minha mulher, a minha filha e a
outra que vem a caminho… De facto nasci para viver entre as mulheres!
Não faz sentido comemorar o dia
da mulher, mas sim comemorar os minutos, as horas, os dias, os anos e a vida ao
lado dela… caminhando juntos é possível uma sociedade mais igual, mais altruísta,
mais madura e mais moderna!
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